Elefante-marinho fica famoso ao circular pelas ruas na Austrália

Um elefante-marinho do sul de aproximadamente 450kg, chamado Neil, se transformou em sensação nas redes sociais, sobretudo no Tik Tok, onde tem quase 650 mil seguidores. O animal passou por aventuras inusitadas pelas ruas dos subúrbios litorâneos do sul da Tasmânia, na Austrália.

O animal costuma se afastar da costa e se arrastar pelo asfalto. Ele bloqueou o acesso ao carro de uma mulher, deitou-se em frente a uma imobiliária e causou alvoroço em uma loja de peixe e batatas fritas.

Reprodução Tik Tok / @nieltheseal

A fama de Neil cresceu, algo que preocupa os especialistas marinhos, que alertam para os riscos de interação das pessoas com um animal selvagem.

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Neil foi oficialmente identificado em julho de 2022, quando foi flagrado em um "haul out". De acordo com o site Marinho Web, esse termo em inglês significa “saída da água” - período em que as focas e outros animais marinhos saem da água para descansar, trocar de pele, se reproduzir ou evitar predadores.

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Os perfis utilizados, no Instagram e no Tik Tok, para documentar a vida de Neil, somam, juntos, mais de 500 mil seguidores.

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De acordo com o proprietário, o interesse no selo também o preocupava. Muitos internautas questionavam quando ele iria receber o tão esperado atestado de ‘verificado’

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"Peço a todos que acompanham Neil que se lembrem de que ele não está lá para nosso ganho financeiro, ele é uma criatura selvagem com sua personalidade única e merece o respeito de todas as pessoas", afirmou em um post.

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Mary-Anne Lea, professora do Instituto de Estudos Marinhos e Antárticos da Universidade da Tasmânia, concorda com a necessidade de proteger Neil.

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"Precisamos lembrar que estes são animais selvagens. Tudo bem quando os animais são fofinhos e interagem de maneira geralmente segura, mas então eles se tornam maiores e outros comportamentos naturais entram em ação - junto com seus hormônios - e você pode começar a ter interações das quais você gosta menos", disse ela.

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“A Marine Conservation tentou colocar Neil de volta na água, mas ele não estava obedecendo. Eles deveriam saber que Neil governa esta cidade agora!”, diz a legenda do criador anônimo do perfil.

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O ecologista Clive McMahon, do Instituto de Ciências Marinhas de Sydney, explicou que elefantes-marinhos costumam ficar em terra para trocar de pelo, mas o comportamento de Neil é considerado incomum.

Marinha do Brasil

"Os elefantes-marinhos geralmente retornam aos lugares onde nasceram. Então, é provável que Niel pense que está em sua casa." disse ao jornal 'The New York Times'.

PMP-BS Instituto Argonauta

O elefante-marinho (Mirounga) é um gênero de mamífero carnívoro pinípede (membros inferiores com nadadeiras e dedos compridos, unidos por membranas),focídeo (mesmo grupo das focas), perfeitamente adaptado à vida aquática.

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Apresenta corpo robusto, cabeça grande e nadadeiras anteriores pequenas. Machos podem chegar a 5 metros de comprimento, pesando 4 toneladas. Já as fêmeas nunca passam de 2,5 metros, com peso de 400kg. Os filhotes ao nascerem pesam 40kg e medem 1,30m de comprimento.

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Há duas espécies reconhecidas: Elefante-marinho-do-norte, espécie ártica, habita o Pacífico, nas costas da Califórnia, México e Guadalupe; e o Elefante-marinho-do-sul, que vive principalmente em ilhas do Círculo Polar Antártico e na Patagônia (Argentina/Chile).

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Essa espécie do sul, encontrada na Austrália, também pode ser vista em localidades da África do Sul, Ilhas Maurício, Ilhas Reunião e até no Brasil (na região sul e nas épocas mais frias)

Imagem de 12019 por Pixabay

Embora seja muito desajeitado e lento em terra, surpreende pela sua agilidade no mar. As fêmeas adultas podem mergulhar até 1.255 metros de profundidade em busca de alimento, mas normalmente mergulham de 500 a 800 metros; os machos mergulham de 200 a 400 metros, mas podem alcançar 1.700 metros de profundidade.

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Nos machos, o nariz alonga-se numa espécie de tromba, que originou o nome popular da espécie. Os membros anteriores, apesar de robustos, não proporcionam bom rendimento em terra; os posteriores, muito fortes, com cinco dedos e fendidos ao meio, formam uma espécie de remo cada um.

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Os elefantes-marinhos passam cerca de 80% das suas vidas a nadar nos oceanos. Em geral, seus mergulhos duram de 20 a 27 minutos. Mas eles podem permanecer mais tempo, pois são capazes de ficar até 80 minutos sem respirar.

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A época de reprodução dura apenas cerca de um mês no Verão do hemisfério onde vivem. Neste período, as fêmeas concentram-se em colônias numerosas localizadas em praias e separadas por haréns controlados por um macho dominante.

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A fêmea dá à luz uma cria, que amamenta apenas durante este período sem nunca se afastar para se alimentar. Ao fim deste tempo, já fecundada de novo, a fêmea regressa ao mar abandonando o harém e as crias.

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Os elefantes-marinhos foram caçados em abundância pela sua pele, gordura e óleos e estiveram à beira da extinção no século XIX. Atualmente estão fora de perigo, a sua caça é proibida e seus únicos predadores são a orca e o tubarão branco.

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Os elefantes-marinhos distinguem-se dos integrantes da família Otariidae (focas, leões e lobos marinhos) por não apresentarem orelhas e por se locomoverem em terra apoiando-se na superfície ventral e não nas nadadeiras.

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