O alerta é da área de saúde do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz.
As mudanças climáticas no Brasil podem aumentar os casos de dengue, zika e chikungunya através da proliferação de vetores, como o mosquito Aedes aegypti.
O alerta é da área de saúde do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz.
O trabalho levou em conta as temperaturas máxima e mínima, a umidade relativa do ar e a precipitação acumulada para associar a ocorrência do vetor, que são os mosquitos transmissores das diferentes doenças em análise.
Outro elemento analisado na plataforma é o quanto a população está exposta e o quão vulnerável ela é à ocorrência destas doenças.
Em geral, populações mais vulneráveis, que apresentam condições de saúde e habitação mais precárias, tendem a ficar mais suscetíveis a uma ocorrência maior da doença.
As mudanças climáticas, neste caso, prejudicam o cenário pelo aumento das chuvas intensas, já características do período, e pelas altas temperaturas.
Neste cenário, o Ministério da Saúde promete investir R$ 256 milhões no fortalecimento da vigilância das arboviroses, intensificando os esforços e as medidas de prevenção para reduzir a transmissão das doenças.
Parte deste valor será investido na conscientização da população através da campanha "Combate ao Mosquito: para fazer diferente, precisamos agir antes", através de mensagens na TV aberta, redes sociais e locais de grande circulação de pessoas.
A contribuição da sociedade no combate à dengue, zika e chikungunya é necessária porque as chuvas aumentam os criadouros de mosquito. As pessoas não devem deixar água parada em pneus, vasos de planta, caixas d'água destampadas etc.
Segundo o Ministério da Saúde, 74,8% dos criadouros do mosquito estão nos domicílios, como em vasos e pratos de plantas, garrafas, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros, fontes ornamentais e materiais em depósitos de construção (sanitários estocados, canos, etc).
O levantamento aponta que depósitos de armazenamento de água elevados (caixas d’água, tambores, depósitos de alvenaria) e no nível do solo (tonel, tambor, barril, cisternas, poço/cacimba) aparecem como segundo maior foco dos vetores, com 22%, enquanto depósitos de pneus e lixo têm 3,2%.
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, o ano de 2023 teve um aumento de 15,8% nos casos de dengue no Brasil, em relação ao ano anterior.
Em relação à chikungunya, foram notificados 145,3 mil casos da doença até dezembro de 2023 e houve uma redução de 45%.
E os dados de zika foram coletados pela pasta até o fim de abril de 2023, com aumento de 1% em relação ao ano anterior, totalizando 7.275 mil casos da doença.
Além das campanhas de prevenção, a Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias (Conitec) no SUS analisa a incorporação da vacina "Qdenga" ao SUS.
E o Ministério da Saúde anunciou a ampliação do "Método Wolbachia", que consiste na estratégia de liberação do mosquito Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia, que inibe a transmissão das doenças.
A proposta é que esses mosquitos se reproduzam com outros Aedes aegypti locais e ajudem a estabelecer uma nova população de insetos, todos com a bactéria Wolbachia, resultando na não transmissão das doenças.
A estratégia já é utilizada em Campo Grande (MS), Petrolina (PE), Belo Horizonte (MG), Niterói (RJ) e Rio de Janeiro.
E o Governo Federal está expandindo atualmente para Natal (RN), Uberlândia (MG), Presidente Prudente (SP), Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR) e Joinville (SC).