Além de uma mudança drástica no clima e uma maior incidência de desastres naturais, o aquecimento global pode estar trazendo outro problema para a humanidade: os chamados vírus “zumbis”.
Esses vírus estiveram adormecidos por mais de 50 mil anos, mas agora podem voltar à ação devido ao aumento da temperatura global e ao derretimento das camadas de gelo do Polo Norte.
Ao longo de muitos anos, uma equipe de cientistas da França tem se dedicado ao estudo desses vírus. O líder desse grupo é Jean-Michel Claverie, de 73 anos, um especialista no assunto.
Ele já já chegou a investigar vírus de quase meio século de idade, encontrados nas profundezas do solo congelado da Sibéria.
Em 2022, o cientista e sua equipe conduziram uma pesquisa em que retiraram vários vírus antigos do solo congelado – chamado de “permafrost” –, e todos eles eram nocivos à saúde e tinham a capacidade de infectar.
Foram descobertos um total de 13 novos vírus, sendo um deles congelado sob um lago por mais de 48.500 anos. Conheça agora os 6 principais!
Pandoravirus: Estes são os maiores vírus conhecidos, com os genomas virais mais extensos e uma grande quantidade de genes cuja origem é desconhecida.
Este vírus foi encontrado nas camadas congeladas no fundo de um lago na Rússia e tem uma forma oval, com cerca de 1 micrômetro de comprimento.
Também na mesma família, acharam o Pandoravirus mammoth, um vírus enorme que só atinge amebas. Ele tem a forma de um vaso e se destaca dos outros vírus devido ao seu tamanho, que é de 1,2 micrômetros.
Megavirus mammoth: Foi o primeiro vírus desta família encontrado no permafrost. Eles também foram os primeiros vírus gigantes reconhecidos pelos cientistas e podem ser vistos através de um microscópio comum.
Ele foi descoberto em 1992, na água de uma torre de resfriamento em Bradford, Inglaterra. Além de amebas, eles também podem infectar microalgas.
Com 0,5 micrômetros de diâmetro, o megavirus possui uma forma com 20 lados, semelhante a um objeto com múltiplas faces triangulares.
Pacmanvirus lupus: Este vírus tem alguma relação distante com os vírus africanos que causam febre suína. É o terceiro membro dessa família a ser descoberto.
O Pacmanvirus foi encontrado nos restos congelados do intestino de um lobo siberiano (Canis lupus) que viveu há 27.000 anos.
O vírus recebeu esse nome em homenagem ao personagem de videogame Pac-Man porque, ao ser desmontado, a estrutura de proteína que compõe sua casca se parece com uma boca aberta.
Pithovirus: Foram encontrados dois tipos deste vírus no permafrost: o primeiro, chamado de pithovirus mammoth, foi encontrado na mesma amostra pré-histórica de pelos do mamute.
O segundo tipo é o Pithovirus sibericum, um dos maiores vírus já vistos, medindo 1,5 micrômetros de comprimento, que é aproximadamente do tamanho de uma bactéria pequena. Este foi coletado em 2000, na região de Kolyma, no extremo leste da Rússia.
Com uma partícula grande e alongada de 2 micrômetros de comprimento, os pithovirus têm a capacidade de infectar apenas amebas.
Cedratvirus lena: O Cedratvirus lena foi coletado do permafrost nas margens lamacentas do rio Lena, a Sibéria, com um tamanho de cerca de 1,5 micrômetros. Como os outros vírus gigantes, eles também infectam amebas.
Outras variantes encontradas na Rússia incluem o C. kamchatka, da península de Kamchatka, e o C. duvanny, das lamas do rio Kolyma (foto) – este se formou devido ao derretimento e à mistura de permafrost de várias eras geológicas.
Mollivirus sibericum: Este vírus foi localizado em uma amostra de permafrost siberiano com cerca de 30.000 anos de idade.
Ele também pertence à categoria de vírus gigantes, que podem ser vistos através de um microscópio comum. Além disso, o M. sibericum não representa uma ameaça para qualquer animal, incluindo seres humanos.
Os cientistas afirmam que não é necessário se desesperar no momento. Eles explicam que a probabilidade de os vírus antigos afetarem os seres humanos é extremamente baixa.
Tão citado nesta galeria, o permafrost é uma camada de solo, rocha ou sedimentos que está permanentemente congelada, com temperaturas abaixo de zero graus Celsius, por pelo menos dois anos consecutivos.
Em algumas regiões da Sibéria, o permafrost pode atingir até 1 km de profundidade — o único lugar no mundo em que o permafrost desce tão longe.

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