A revelação de um escândalo  que envolveu a saúde pública e revoltou o Brasil, principalmente os moradores do Rio Grande do Sul, vai completar um mês. Reportagem do jornalista Giovani Grizotti, da RBS, no final de agosto, mostrou fraudes e irregularidades de médicos que trabalham no Samu.
Segundo a reportagem exibida no Fantástico, no dia 27 de agosto, médicos não cumpriam suas cargas horárias, chegavam atrasados e trabalhavam menos do que deveriam.
A morte de Maria Isolete, de 72 anos, é um dos casos citados na matéria. Ela sofria de câncer de pulmão e esperou por quase uma hora por um atendimento do Samu. Maria foi a óbito no trajeto até o hospital.
No momento em que a filha da idosa buscava ajuda na chamada do Samu, apenas um médico estava presente, enquanto três, segundo a escala, deveriam estar disponíveis na central. A idosa foi vítima de um infarto agudo do miocárdio e hipertensão arterial.
Um outro caso que prova o absurdo foi uma ligação de Gravataí, interior do Rio Grande do Sul. Cristina, de 49 anos, registrou seis ligações para o Samu, todas sem resposta. Ela foi levada para o posto de saúde com ajuda da Guarda Municipal.
Após a reportagem, o coordenador da Central, Jimmy Herrera, admitiu que sabia da fraude dos médicos do Samu e acusou a direção de não ter tomado providências.
Por conta do caso, Jimmy foi exonerado do cargo. Ele acredita que tenha sido punido por dizer que tinha conhecimento das irregularidades.
A médica responsável pela tática da garrafa de água acabou sendo exonerada do cargo após as denúncias.
Um outro exemplo de absurdo mostrado foi da médica Tarine Christ Trennepohl, que tinha salário de 23 mil reais, cumpriu apenas 51 horas de uma jornada mensal de 240 horas. As faltas eram justificadas como problema na marcação do relógio de ponto e compensação autorizada.
Ainda segundo Jimmy Herrera, uma médica chegou a apresentar 12 atestados falsos para cumprir horário menor do que o contratado.
Arita Bergmann, secretária de saúde, pediu desculpas para a população. Ela também anunciou a abertura de sindicância com 30 dias para ser concluída, auditoria e implantação de novos mecanismos de controle na Central de Regulação do Samu.
Diretor do Departamento de Regulação, Eduardo Elsade revelou que não sabia das irregularidades que foram flagradas pela reportagem. Dias depois, ele foi afastado do cargo e substituído por Laura Sarti de Oliveira, diretora-adjunta do departamento.
Em nota, o Ministério da Saúde disse que pode suspender os repasses de R$ 25 milhões por ano ao Samu caso as denúncias forem comprovadas. A Central deve ter 12 médicos no período diurno e 10 no noturno para poder receber a verba.

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