Saiba onde ficam as sementes para sobreviventes do fim do mundo

É uma estrutura de concreto construída numa montanha coberta pelo chamado "permafrost" (camada permanente de gelo, que nunca derrete).

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Esse depósito foi construído em 2008 e mantém mais de um milhão de variedades de sementes importantes para a nutrição dos seres humanos e dos animais.

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O governo norueguês financiou inteiramente a construção do cofre de aproximadamente 45 milhões de kr (coroas norueguesas) : US$ 8,8 milhões em 2008. Hoje seria o equivalente a R$ 45 milhões.

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O local foi escolhido por três principais motivos. Primeiro porque as ilhas Svalbard ficam numa região muito remota, mas sem dificuldade de acesso. É longe, mas não oferece risco.

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Além disso, a Noruega é um país considerado estável na política e na economia, à margem de ameaças de guerra com outras nações e de conflitos internos.

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E, finalmente, porque as condições climáticas favorecem a preservação das sementes. O local é tão frio que, na língua nórdica, Sval significa "frio" e Bard é "borda".

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Svalbard é banhado pelo oceano Glacial Ártico ao norte, mar de Barents a leste e mar da Noruega e mar da Groenlândia a oeste. Fica a 560 km da costa continental da Noruega.

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As sementes são mantidas em área bem protegida, a uma temperatura fixa de -18ºC.

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Elas chegam do mundo inteiro em sacos com centenas da mesma espécie, especificadas com a identificação de tipo e origem.

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O Arquipélago de Svalbard tem, ao todo, 61 mil km². E ali moram cerca de 2.700 pessoas. A capital é Longyearbyen. E a língua oficial é o Bokmal norueguês.

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Embora pertença à Noruega, Svalbard tem um tratado internacional de acesso à região justamente por causa do cofre que recebe sementes de muitos países.

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Mas o acesso é extremamente limitado. Somente pessoas com licença especial podem chegar perto.

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Em Longyearbyen, existe um aeroporto com voos para Oslo, a capital norueguesa. A pista fica bem perto do mar.

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A companhia aérea Scandinavian Airlines opera os voos na região.

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Caso haja uma ampla destruição de vegetação nativa, a ponto de eliminar certas espécies de plantas, as sementes de Svalbard serão usadas para recomposição.

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Da mesma forma, espécies de sementes que fazem parte de pesquisas também podem ser recuperadas se houver a destruição de laboratórios.

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O banco de sementes do instituto (que faz pesquisa agrícola em áreas secas), foi arrasado. Mas havia sementes do mesmo tipo guardadas no cofre de Svalbard.

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Esse tipo de banco genético de plantas teve um pioneiro no começo do século 20: o botânico, geneticista e biógrafo russo Nikolai Vavilov (1887-1943).

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Ele adorava estudar a biodiversidade vegetal e tinha o sonho de acabar com a fome no mundo. É que, além de guerras, pragas também representam uma ameaça.

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Se um fungo atacasse por exemplo, as plantações de trigo, tornando-se letal para esse tipo de semente e espalhando-se pelo planeta, seria possível (após o extermínio do fungo), replantar o trigo com sementes do banco genético. E a espécie não estaria perdida.

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As espécies mais numerosas em bancos genéticos pelo mundo são o arroz (foto), o trigo e o capim kikuyo. Este serve para a alimentação de animais. Bancos genéticos preservam espécies e enviam uma parte para Svalbard.

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