Marcelo Crivella tem mandato cassado pela Justiça Eleitoral. Entenda!

O parlamentar está sendo acusado de estabelecer um esquema, em 2020, para impedir a divulgação de reportagens sobre a situação da saúde na cidade carioca. Esse caso ficou conhecido como "Guardiões do Crivella".

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A decisão é da juíza Márcia Santos Capanema de Souza. A juíza também decidiu que o ex-prefeito ficará impossibilitado de concorrer a cargos públicos durante os próximos oito anos após a eleição municipal de 2020.

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A decisão foi formalizada no dia 8 de maio e é resultado de uma ação movida pela coligação "É a vez do povo!" (formada pelo PT e PCdoB) no ano de 2020. A defesa de Crivella já entrou com um recurso.

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Segundo a coligação, Crivella teria arquitetado um esquema com o objetivo de "vigiar e impedir o diálogo entre os cidadãos e os profissionais da imprensa" durante o período eleitoral, a fim de bloquear informações sobre o sistema de saúde do Rio de Janeiro.

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A acusação conseguiu identificar esses servidores que foram desviados de suas funções originais pelo ex-prefeito.

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Na época, reportagens do RJ2, da TV Globo, revelaram que os funcionários se dividiam por grupos de WhatsApp e eram distribuídos em unidades de saúde municipais para fazer plantões em frente aos locais.

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Eles tentavam atrapalhar as reportagens e chegavam a intimidar algumas pessoas para que elas não falassem mal da prefeitura.

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Os funcionários tinham que tirar selfies para provar que estavam nos locais pré-determinados!

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Quando conseguiam atrapalhar as reportagens, os funcionários chegavam a comemorar nos grupos. Alguns tinham salário de mais de 10 mil reais por mês!

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Marcelo Crivella nasceu em 1957, no Rio de Janeiro, e é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, uma denominação evangélica neopentecostal.

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Crivella iniciou sua carreira política em 2002, quando foi eleito senador pelo estado do Rio de Janeiro.

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Ele se licenciou do cargo para concorrer à prefeitura do Rio de Janeiro. Crivella foi eleito prefeito da cidade em 2016, derrotando Marcelo Freixo no segundo turno das eleições, e assumiu o comando do município em 2017.

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Durante o mandato como prefeito, Crivella enfrentou diversas críticas nas mais diversas instâncias, como na saúde, transporte público e gestão da cidade.

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Além de sua carreira política, Crivella é autor de diversos livros sobre religião e também já exerceu cargos de liderança na Igreja Universal do Reino de Deus, incluindo o de bispo da denominação no estado do Rio de Janeiro.

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Não são poucas as polêmicas em que o Bispo já se envolveu. Em 2018, durante uma reunião com funcionários da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), Crivella pediu votos para vários políticos de seu partido.

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Após denúncias, o Ministério Público Eleitoral apresentou uma denúncia acusando o prefeito de abuso de poder econômico. Na denúncia, o MPE solicitou a cassação do mandato de Crivella, sua inelegibilidade e o pagamento de uma multa.

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Em setembro de 2020, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) concluiu o julgamento da denúncia e, por unanimidade, declarou Crivella inelegível por seis anos, além de condená-lo ao pagamento de uma multa no valor de 106 mil reais. No entanto, o pedido de cassação foi rejeitado.

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Em outubro, o Ministro Mauro Campbell Marques, do Tribunal Superior Eleitoral, concedeu uma liminar para suspender os efeitos da decisão do TRE-RJ até que o caso fosse julgado pelo Plenário do Tribunal. Com isso, Crivella voltou a se tornar elegível.

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Em abril de 2019, Crivella se envolveu em uma polêmica quando empurrou uma jornalista da TV Globo durante uma entrevista. Ele recusou responder quando havia sido questionado sobre o fim das interdições que ocorriam no Rio de Janeiro após um temporal.

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Na época, Crivella acusou a repórter de "fazer campanha contra o Rio de Janeiro" e disse que o que a Globo queria era “dinheiro para propaganda”.

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Ainda em 2019, em setembro, Crivella exigiu o recolhimento de exemplares de uma revista em quadrinho da Marvel em plena Bienal do Livro por conter um beijo gay em uma das páginas.

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Segundo a prefeitura, a obra desrespeitava artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A direção da Bienal se negou a retirar e disse que “dava voz a todos os públicos".

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Ironicamente, um dia depois da ordem do ex-prefeito, os exemplares foram todos vendidos e esgotaram em poucos minutos.

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Crivella também já criticou até a Teoria da Evolução de Charles Darwin. Em 2009, na tribuna do Senado, o ex-senador disse que "não há provas conclusivas de que uma espécie possa gerar outra espécie".

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