Confira histórias que marcaram a literatura brasileira e a carreira do poeta
Por Giulia Marini
No dia 25 de julho é celebrado o Dia do Escritor. Em 1960, nesta mesma data, foi realizado o primeiro Festival do Escritor Brasileiro. Organizado pela União Brasileira de Escritores, e presidido por João Peregrino Júnior e Jorge Amado, o dia marcou o início das comemorações em homenagem aos profissionais que se dedicam à escrita.
Para celebrar a data, a editora de livros Disal listou algumas das grandes obras de Carlos Drummond de Andrade. Inclusive, neste ano, completam-se 35 anos do escritor.
> 4 mininovelas de ficção científica para maratonar no Kwai
Quem foi Carlos Drummond de Andrade?
O escritor foi poeta, contista e cronista brasileiro do período do modernismo. Considerado um dos maiores escritores do Brasil, Drummond fez parte da segunda geração modernista, mas também se formou em farmácia na Escola de Odontologia e Farmácia de Belo Horizonte, porém nunca exerceu a profissão.
Desde pequeno, ainda na escola, demonstrou grande interesse pelas palavras e pela literatura. Por isso, durante sua carreira escreveu poesia, prosa, literatura infantil e realizou diversas traduções.
“Além de a obra de Drummond ter contribuído imensamente para o movimento do modernismo no Brasil, outros aspectos revelam porque sua poética é sempre tão atual. Primeiro, devido aos temas universais que abordou, extraindo pura sensibilidade de circunstâncias cotidianas, como em Quadrilha em que aborda desencontros amorosos. Outro aspecto representativo é o elegante uso que faz da linguagem: além de temas do dia a dia, traz a profundidade de temas existenciais com uma estética simples e sofisticada ao mesmo tempo”, conta a professora Clineia Candia.
Prêmios recebidos por Carlos Drummond de Andrade
O poeta foi indicado ao prêmio Nobel de Literatura em 1967 e ganhou o Prêmio Jabuti, no Brasil, e o Prêmio Morgado de Mateus, em Portugal. Além desses, levou o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte e o Prêmio Juca Pato. Carlos Drummond de Andrade faleceu em agosto de 1987, mas deixou sua marca e continua sendo lembrado como um dos maiores escritores do Brasil.
Principais obras do autor
1. Alguma Poesia
“Alguma Poesia” retorna em novo projeto, com posfácio de Ronaldo Fraga. “No meio do caminho”, “Poema de sete faces” e “Quadrilha” estão entre os textos mais conhecidos de Carlos Drummond de Andrade, e todos fazem parte de “Alguma poesia”, seu livro de estreia, publicado em 1930, quando o poeta tinha 28 anos. Neste livro, mais inequivocamente do que em qualquer outra de suas obras, transparece a influência da Semana de Arte Moderna de 1922 e, sobretudo, de Mário de Andrade, com quem Drummond manteve uma farta correspondência literária.
> 4 livros que estão sendo adaptados para filmes e séries
2. Claro Enigma
Marco da maturidade filosófica e poética de Drummond, “Claro Enigma” retorna em novo projeto, com posfácio de Mia Couto. “E como ficou chato ser moderno. / Agora serei eterno”, escreveu Drummond em um poema do livro Fazendeiro do ar, de 1954. Mas esse distanciamento da atitude poética modernista – com tudo que ela continha de euforia, rebeldia e otimismo – vinha de antes. Mais precisamente, deste Claro Enigma, publicado em 1951, quando o autor se aproximava dos 50 anos de idade.
3. Sentimento do Mundo
Os poemas sociais de “Sentimento do mundo” retornam em novo projeto, com posfácio de Ailton Krenak. Sentimento do mundo, publicado em 1940, quando Carlos Drummond de Andrade tinha 38 anos, é seu terceiro livro de poemas, mas o primeiro escrito após a mudança para o Rio de Janeiro, então capital do país.
O poema-título, que abre o volume, registra a abertura do poeta para uma visão mais ampla da humanidade. No conjunto de poemas reunidos no livro, há também uma atitude política mais participativa e empenhada (mesmo que ciente de seus limites) na transformação da realidade. Os poemas sociais de “Sentimento do mundo” são considerados alguns dos melhores já produzidos na literatura brasileira.
4. Antologia Poética
Reunião de poemas feita pelo autor no auge da forma, “Antologia Poética” retorna em novo projeto, com posfácio de Zélia Duncan. Até 1962, quando esta antologia foi lançada, a obra poética de Carlos Drummond de Andrade, então com 60 anos, era formada pelos seguintes livros: Alguma poesia, Brejo das almas, Sentimento do mundo, José, A rosa do povo, Novos poemas, Claro enigma, Fazendeiro do ar, Viola de bolso, Viola de bolso novamente encordoada, A vida passada a limpo e Lição de coisas.