Após 11 dias da invasão na Praça dos Três Poderes, em Brasília, por manifestantes golpistas, o Parlamento Europeu condenou os atos na última quinta-feira (19). A resolução teve o apoio de 319 membros da União Europeia (UE), e mostra solidariedade ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em contrapartida, 46 parlamentares foram contra a resolução e 74 se abstiveram da decisão.
Na resolução, eles parabenizam os esforços do governo para "garantir uma investigação rápida e imparcial", com o intuito de identificar e processar os envolvidos, além de elogiar a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF), ao incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no inquérito que investiga a autoria intelectual dos ataques.
O texto foi proposto pela parlamentar alemã Anna Cavazzini, que é vice-diretora da delegação do Parlamento para o Brasil. Para ela, os eventos que aconteceram em Brasília, ou como ocorreram no Capitólio nos Estados Unidos e a prisão de extremistas que tentavam um golpe de Estado na Alemanha, são intrinsecamente ligados ao fascismo transnacional, ao racismo e ao extremismo.
Os membros da UE ainda defendem a importância de uma regulamentação das plataformas online para evitar a disseminação da desinformação e de discursos de ódio. "Estou particularmente preocupada com o papel que as redes sociais tiveram na promoção de uma retórica agressiva e falsa sobre fraude nas eleições de outubro", disse Cavazzini.
Para a eurodeputada alemã, "o Parlamento Europeu apoia os esforços para uma vasta investigação em todos os níveis para jogar luz nas omissões de instituições do Estado que falharam em prevenir os ataques".
Anteriormente, líderes da Europa já haviam se pronunciado sobre os ataques em Brasília, como o francês Emmanuel Macron, dando apoio ao presidente Lula e reforçando que a vontade do povo brasileiro e das instituições democráticas devem ser respeitadas.