Papa Francisco brindando com Jesus Cristo, em imagem criada por IA que viralizou nas redes sociais,  e o pontífice tomando vinho durante celebração
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Papa Francisco brindando com Jesus Cristo, em imagem criada por IA que viralizou nas redes sociais, e o pontífice tomando vinho durante celebração


A proximidade do conclave, que é o processo de escolha do novo Papa, tem atraído todas as atenções para o Vaticano, despertando a curiosidade e inspirando a criatividade. Exemplo disso foi um vídeo que viralizou recentemente nas redes sociais feito por inteligência artificial (IA) que mostra um encontro emocionante entre o Papa Francisco e Jesus Cristo. Em um determinado trecho, os dois transformam água em vinho, em referência ao milagre de Caná, descrito na Bíblia, e fazem um brinde.

Já se sabe que o Papa Francisco sempre foi um apreciador da bebida. Algumas declarações suas garantiram a ele o diploma de sócio honorário da Associação Italiana de Sommeliers.

Logicamente, Francisco deixava claro que bebia com muita moderação. E não poderia ser diferente, como líder da Igreja Católica.

O vinho é uma bebida essencial à liturgia católica – é transformado simbolicamente em sangue de Cristo, durante a missa. 

O vinho do Vaticano

E aí surge mais uma curiosidade: que vinho os Papas bebem?

Heras Cordón, da região de Rioja, mais de 20 anos de parceria e selo exclusivo para o Vaticano
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Heras Cordón, da região de Rioja, mais de 20 anos de parceria e selo exclusivo para o Vaticano


É um vinho específico. O que é servido no Vaticano, conhecido por sua rigidez litúrgica, precisa atender a um requisito essencial: ser vinho de missa ou vinho litúrgico.

Esse tipo deve ser, preferencialmente, escuro. Além disso, tem que ser produzido exclusivamente a partir de uvas maduras, sem aditivos, como conservantes, corantes ou açúcares, e com teor alcoólico que não ultrapasse 18%, conforme definido pelo Concílio de Florença de 1438.

De modo geral, as graduações variam de 10 a 14% para os vinhos finos e de 9 a 12% para os espumantes.  

Já as versões fortificadas, cujo processo de fermentação é interrompido com a adição de aguardente vínica, podem variar de 18 a 22% de teor, em média

Com todas essas especificações, uma vinícola na região do norte da Espanha que cumpre todos os requisitos exigidos pelo Vaticano - a Heras Cordón - na região de Rioja, é a fornecedora oficial da Santa Sé.

A vinícola criou um rótulo para a produção que é encaminhada ao Vaticano, para consumo do Papa e seus cardeais.

A parceria foi firmada pela primeira vez durante o papado de João Paulo II, em 2001, e renovada posteriormente pelos papas Bento XVI e Francisco.

Bem provável que o próximo pontíficesiga esse processo.

Os hábitos papais

O polonês João Paulo II demonstrava familiaridade com o vinho. 

João Paulo II foi o primeiro papa a levar vinho da vinícola Heras Cordón para o Vaticano
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João Paulo II foi o primeiro papa a levar vinho da vinícola Heras Cordón para o Vaticano


No congresso dos enólogos italianos de 1984, em Roma, ele confessou preferir os brancos aromáticos e florais, feitos com a uva Gewurztraminer, na Alsácia-Lorena, e os derivados da casta Riesling, na Alemanha.

Já Bento XVI, alemão da Baviera, costumava preferir uma caneca de cerveja no seu cotidiano. No entanto, nas recepções do papado, ele seguia o protocolo do Vaticano e brindava com champagne Moët&Chandon.

Mas nenhum outro papa dos últimos séculos, segundo os especialistas, fez declarações tão explícitas de apreço ao vinho quanto Francisco.

Em Buenos Aires, o então cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio apreciava nas refeições um branco Torrontés ou um tinto Malbec, elaborados no seu país natal.


Ao visitar o Brasil em 2013, para a Jornada Mundial da Juventude, durante um almoço em Aparecida (SP), Francisco apreciou um branco adocicado à base da uva Moscato, feito por uma adega de Jundiaí, também interior de São Paulo.

Independentemente dos gostos pessoais, o que se sabe é que o Vaticano lidera o ranking mundial de consumo de vinho por pessoa, com mais de 74 litros por ano,  o dobro do consumo médio de países como França e Itália. 

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