Papa Franscico, que faleceu nesta segunda-feira
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Papa Franscico, que faleceu nesta segunda-feira



A partir do anúncio da morte do Papa Francisco, na manhã desta segunda-feira (21), o Vaticano deu início à organização do funeral que envolve uma série de ritos e cerimônias a serem realizadas nos próximos 9 dias, até o seu sepultamento, na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, atendendo o desejo do Pontífice.

A organização seguirá o livro “ Ordo Exsequiarum Romani Pontificis ” (ritos funerais para um pontífice romano), que contém indicações para a liturgia e as orações das cerimônias que envolvem o enterro do Papa.

No ano passado, Francisco aprovou uma revisão dos protocolos fúnebres, que simplificou vários processos.  Portanto, essa será a primeira cerimônia neste formato mais simples.

A ideia principal, segundo defendeu o Papa durante a revisão do livro, é a de que o funeral precisa mostrar que o papa é um “pastor e discípulo de Cristo” e não uma pessoa poderosa.

Os ritos começam com a certificação da morte, seguem para a exibição pública do corpo para os fiéis e realização de 9 dias de missas e se encerram com o sepultamento.

O livro litúrgico do funeral fala em três estações que formam todo o processo fúnebre papal. Para resistir a todo o processo e retardar a decomposição, o corpo é embalsamado.

1ª estação: a constatação da morte

Conforme já divulgado pelo Vaticano, às 20h desta noite de segunda-feira (15 horas no horário de Brasília), o cardeal camerlengo Kevin Joseph Farrell, presidirá o rito de constatação da morte, em uma capela privada.

Depois, o corpo é colocado em um caixão de madeira e, dentro deste, um de zinco. Antes, três caixões eram usados: um de cipreste (uma madeira nobre), um de chumbo e outro de carvalho. A técnica retarda a decomposição do corpo.

A redução de três para dois caixões foi mais uma forma defendida por Francisco para simplificar o processo.

Depois da cerimônia na capela, o camerlengo redige um documento que autentica a morte do papa e inclui o atestado médico.

Participarão do rito o decano do Colégio Cardinalício, os familiares do Pontífice, o diretor e o vice-diretor da Direção de Saúde e Higiene do Estado da Cidade do Vaticano.

2ª estação: exposição do corpo aos fiéis

 A segunda estação acontece na Basílica de São Pedro, no Vaticano, onde o caixão do Papa é exposto ao público e ocorre a chamada Missa Exequial, em sua homenagem.

A trasladação do corpo do Papa para a Basílica, ainda de acordo com divulgação do Vaticano, poderá ocorrer na manhã de quarta-feira (23), segundo as modalidades que serão definidas e comunicadas amanhã, terça-feira (22), após a primeira Congregação dos Cardeais.

No modelo antigo, a urna funerária era colocada em uma plataforma normalmente usada em grandes funerais de Estado. Mas a revisão do processo mudou isso e agora o caixão não será colocado nesta plataforma.

O funeral do papa também vai incluir as chamadas “ novendiais ”, que são as celebrações de missas por nove dias, após a Missa Exequial, celebrada quando o corpo chega à Basílica de São Pedro.

A Igreja estipula um período de luto oficial também por nove dias.

De acordo com as regras estipuladas no documento mais antigo, o funeral do pontífice precisa começar entre quatro e seis dias após a morte. Mas ainda não há informações sobre mudanças nesse prazo depois da revisão no livro.

3ª estação: o sepultamento

Para o sepultamento, o rosto do Papa será coberto por um véu de seda branco e o corpo será enterrado junto a uma bolsa com moedas cunhadas durante seu papado e uma vasilha com o rogito: uma escritura que lista detalhes de sua vida e papado. O documento será lido em voz alta antes de o caixão ser fechado.

No rito tradicional da Igreja, os pontífices são enterrados na cripta do Vaticano, que fica logo abaixo do altar principal da Basílica de São Pedro. O local abriga hoje restos mortais de 91 papa.

Mas esse não era o desejo do Papa Francisco que, mais uma vez, quebrando as tradições, deixou manifestado seu desejo de ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma.

Basílica de Santa Maria Maggiore, no bairro de Esquilino, em Roma
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Basílica de Santa Maria Maggiore, no bairro de Esquilino, em Roma


A igreja tem partes que datam do ano 432 depois de Cristo e é considerada o maior santuário à Virgem Maria do mundo cristão ocidental.

Francisco costumava rezar no local com frequência, principalmente antes e depois de viagens internacionais. Os novos protocolos aprovados em vida por Francisco permitem um sepultamento fora de Roma.

Na parte final do funeral, após orações e a aspersão de água benta, o caixão será colocado em seu local definitivo dentro da igreja. Apenas mais tarde o espaço será aberto ao público para orações e veneração.

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