
Uma assistente de creche na França foi condenada a 25 anos de prisão pela morte de um bebê de 11 meses sob seus cuidados. Myriam Jaouen, de 30 anos, admitiu ter feito a criança ingerir um produto corrosivo à base de soda cáustica, usado para desentupir ralos.
O caso ocorreu em 2022 e chocou o país, levantando questionamentos sobre a segurança e a qualificação dos profissionais que atuam em creches particulares.
Durante o julgamento, a acusação defendeu que a ré sabia exatamente o que estava fazendo ao obrigar a bebê Lisa a beber o líquido tóxico. A promotoria havia solicitado uma pena de 30 anos, classificando o crime como um assassinato premeditado, mas o júri rejeitou a tese de homicídio doloso. Myriam foi condenada por tortura ou atos de barbárie que resultaram na morte da criança.
A defesa argumentou que a assistente de creche, sem experiência e sobrecarregada no trabalho, teve um surto impulsivo e não conseguia lidar com o choro da menina. No entanto, as investigações mostraram que a ré inicialmente tentou esconder o que havia feito, apresentando diferentes versões dos fatos antes de finalmente admitir que segurou a cabeça da criança e despejou o líquido diretamente em sua boca.
O laudo psiquiátrico apontou que Myriam tem deficiência intelectual leve a moderada e uma tendência à mitomania, além de um histórico escolar marcado por dificuldades de aprendizado. Apesar de sua inexperiência e limitações, ela foi contratada pelo grupo People & Baby para trabalhar na microcreche Danton Rêve.
No dia do crime, estava sozinha na abertura do local e recebeu Lisa do pai da menina. Poucos minutos depois, outras mães encontraram a funcionária em pânico e a bebê vomitando. Lisa foi levada ao hospital, mas não resistiu às queimaduras internas.
O caso gerou uma onda de indignação e levou a uma série de investigações administrativas e parlamentares sobre o funcionamento das creches privadas na França.