
Três reféns israelenses foram libertadas pelo Hamas e voltaram para seu país, neste domingo (19). Esse foi o primeiro dia de um cessar-fogo entre Israel e o movimento islamista palestino em Gaza, devastada por mais de 15 meses de guerra.
Imagens nas redes sociais (veja abaixo) mostram o momento em que Emily Damari, de 28 anos; Romi Gonen, de 24, e Doron Steinbrecher, de 31, cruzaram a fronteira da Faixa de Gaza para o território israelense.
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Próxima libertação de reféns prevista para sábado
O acordo de trégua foi negociado pelos mediadores durante meses.
Nesta primeira fase, serão negociadas as modalidades da segunda, que deverá permitir a libertação dos últimos reféns. A terceira e última será dedicada à reconstrução de Gaza e à devolução dos corpos dos reféns mortos em cativeiro.
A próxima libertação de reféns israelenses ocorrerá no "próximo sábado", declarou um alto dirigente do Hamas à AFP, sob a condição do anonimato.
O acordo de trégua gerou divisões em Israel. Em Gaza, o alívio da população era palpável.
"Estou muito, muito feliz", disse Wafa al Habeel em Khan Yunis, no sul da Faixa. "Quero voltar e beijar o chão de Gaza. Sinto saudades de [a Cidade de] Gaza e sinto saudades dos nossos entes queridos", comentou.
Além da libertação dos reféns, a primeira etapa do acordo inclui, segundo Biden, "um cessar-fogo total", a retirada israelense das áreas densamente povoadas de Gaza e um aumento da ajuda humanitária.
"É imperativo que este cessar-fogo elimine os importantes obstáculos políticos e de segurança que dificultam a entrega de ajuda em Gaza (...)", escreveu, na rede social X, o secretário-geral da ONU, António Guterres.
As autoridades egípcias detalharam que o acordo prevê "a entrada de 600 caminhões de ajuda por dia", inclusive 50 de combustível.
Uma fonte egípcia, que falou sob a condição do anonimato, disse que "260 caminhões de ajuda e 16 de combustível" entraram neste domingo em Gaza.
O ataque do Hamas, em 7 de outubro de 2023, resultou na morte de 1.210 pessoas em Israel, a maioria civis, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais.
Das 251 pessoas sequestradas naquele dia, 91 continuam reféns em Gaza e, destas, 34 teriam morrido, segundo o exército israelense.
Em resposta ao ataque, Israel lançou uma campanha aérea e terrestre na Faixa, que resultou na morte de pelo menos 46.913 pessoas, principalmente civis, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, que a ONU considera confiáveis.