Luigi Mangione, o jovem suspeito de matar Brian Thompson, CEO da maior seguradora de saúde dos Estados Unidos, tinha uma "lista de tarefas" sobre o assassinato e cogitou jogar uma bomba em Nova York para o ataque, segundo as últimas informações da polícia local.
O americano de 26 anos foi preso nesta segunda-feira (9), após ser localizado em um McDonald's de Altoona, na Pensilvânia. Ele é o principal suspeito de atirar contra o presidente-executivo da UnitedHealthcare, em Manhattan, na quarta-feira passada (4).
A polícia encontrou, em meio aos objetos apreendidos com Mangione, um manifesto escrito por ele à mão, em que fazia duras críticas às seguradoras de saúde por priorizarem os lucros em detrimento do cuidado, o que chamou de "ganância corporativa".
O manifesto era acompanhado de um caderno com uma "lista de tarefas" para cometer o assassinato. Nas notas, ele mencionava Theodore Kaczynski, conhecido como Unabomber, que ganhou notoriedade internacional após atacar civis com bombas caseiras de 1978 a 1995.
De acordo com o detetive-chefe da polícia de Nova York, Joe Kenny, as anotações indicam que Mangione sabia que Thompson estaria em uma conferência com investidores em Nova York no dia do crime, e planejava ir até o local.
As reflexões de Mangione apontam que ele cogitou usar uma bomba contra a vítima, mas a ideia foi descartada, pois "poderia matar inocentes" e que atirar contra Thompson "seria mais direcionado". Ele também anotou que não haveria momento melhor do que "matar o CEO em sua própria conferência de contagem de feijões".
Além disso, Mangione portava uma arma de fabricação caseira, conhecida como "arma fantasma", e documentos falsos no momento da prisão. As autoridades acreditam que uma das identidades foi utilizada pelo suspeito para se hospedar em um hostel na cidade de Nova York antes do crime.
Segundo Joseph Kenny, chefe dos detetives de Nova York, a pistola teria sido montada com peças feitas em impressora 3D, sem número de série, e seria capaz de disparar munição de 9 mm.
Na terça-feira (10), Mangione foi levado a um tribunal para uma audiência e, diante de repórteres, acabou se irritando e gritando com quem estava presente na sala: “Completamente injusto e um insulto ao povo americano”.
Mangione não se comunicava com o familiares há meses
A família de Luigi Mangionese manifestou pela primeira vez sobre sua prisão nesta terça. Por meio das redes sociais, a família diz ter descoberto informações do caso pela imprensa e que está "devastada".
"Nossa família está chocada e devastada pela prisão de Luigi", afirma a nota. "Oferecemos nossas orações à família de Brian Thompson e pedimos que as pessoas orem por todos os envolvidos."