Nesta terça-feira (13), a tensão no Oriente Médio se intensificou ainda mais: o governo iraniano realizou uma série de exercícios militares no norte do país após a morte do ex-líder do Hamas, Ismail Haniyeh.
Segundo a agência de notícias Mehr, o exercício, realizado na província de Gilan, às margens do Mar Cáspio, teve duração de uma hora, das 19h30 às 20h30 no horário local, e visou testar e aprimorar a prontidão defensiva das forças navais iranianas.
Este é o segundo exercício militar realizado pelo Irã em apenas três dias e ocorre num contexto de crescente tensão, após Teerã rejeitar os apelos da França, Alemanha e Reino Unido para evitar um ataque de retaliação contra Israel.
A comunidade internacional, contudo, espera que um possível acordo de cessar-fogo na guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza possa adiar ou até mesmo impedir uma ofensiva iraniana.
Ainda nesta terça-feira, o Hamas informou ter lançado dois foguetes M90 contra Tel Aviv, capital israelense. As informações são do g1.
Em comunicado, o grupo declarou que o ataque foi uma resposta aos "massacres sionistas contra civis e ao deslocamento deliberado" da população palestina. Em Gaza, pelo menos 19 pessoas morreram em ataques aéreos israelenses realizados no mesmo dia.
Segundo o exército israelense, um dos foguetes caiu no mar e o outro não atingiu o território de Israel, não havendo relatos de vítimas.
Nesta terça-feira, o Ministério das Relações Exteriores do Irã rejeitou os apelos de moderação feitos por França, Alemanha e Reino Unido, afirmando que esses pedidos carecem de "lógica política" e contradizem "princípios do direito internacional".
Segundo a agência Reuters, três altas autoridades iranianas afirmaram que apenas um acordo de cessar-fogo em Gaza pode atrasar os planos de retaliação do Irã contra Israel pela morte de Haniyeh.
Um alto funcionário de segurança iraniano acrescentou que o Irã, com aliados como o Hezbollah, lançará um ataque direto se as negociações de paz falharem ou se houver indícios de que Israel está retardando deliberadamente as negociações.
As fontes, no entanto, não especificaram quanto tempo o Irã permitiria que as negociações progredissem antes de tomar uma ação retaliatória.
Em um comunicado divulgado pela rede social X, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rebateu as alegações de que teria imposto novas exigências para o cessar-fogo e afirmou que foi o Hamas quem demandou 29 mudanças nas negociações.
"A alegação de que o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu acrescentou novas exigências ao esboço de 27 de maio é falsa. O rascunho de 27 de julho não inclui novas condições e não contradiz o esboço de 27 de maio. Foi o Hamas quem exigiu 29 mudanças, algo a que o primeiro-ministro se opôs", diz o comunicado.
O conflito entre Israel e o Irã continua a preocupar a comunidade internacional. Teerã e seus aliados, incluindo o Hamas e o grupo xiita Hezbollah, culpam Israel pela morte de Haniyeh, embora o governo israelense não tenha assumido nem negado a responsabilidade. Netanyahu, no entanto, declarou que Israel tem aplicado "golpes esmagadores" aos aliados do Irã.
Grupos terroristas e o governo iraniano continuam a prometer vingança, aumentando os temores de uma expansão do conflito no Oriente Médio. O porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, afirmou na segunda-feira (12) que os Estados Unidos estão se preparando para possíveis ataques significativos do Irã ou de seus representantes na região "ainda nesta semana".
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Nasser Kanaani, criticou a declaração dos países europeus, argumentando que o apelo ignora os "crimes do regime sionista" e exigiu que o Irã não respondesse a uma violação de sua soberania.
Segundo o jornal "The Wall Street Journal", Israel colocou suas forças armadas em alerta máximo, e o Pentágono enviou um submarino equipado com mísseis guiados para a região e está acelerando a chegada do porta-aviões USS Abraham Lincoln, que conta com caças F-35, para reforçar a defesa israelense.
Kanaani reiterou a determinação do governo iraniano em desencorajar Israel e fez um apelo para que os países europeus se manifestem contra a guerra em Gaza e as ações militares israelenses.
Na sexta-feira (9), um vice-comandante da Guarda Revolucionária do Irã declarou estar pronto para cumprir a ordem do líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, de "punir severamente" Israel pela morte de Haniyeh.
"As ordens do líder supremo em relação à punição severa de Israel e à vingança pelo sangue do mártir Ismail Haniyeh são claras e explícitas... e serão implementadas da melhor maneira possível", afirmou Ali Fadavi, conforme noticiado pela imprensa estatal iraniana.
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, informou na semana passada que conversou com o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, para atualizá-lo sobre os ajustes na postura das forças americanas e reafirmar o "apoio inabalável" dos Estados Unidos à defesa de Israel.
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