Caracas, capital da Venezuela, vive clima de tensão. Neste sábado (3), duas manifestações foram realizadas ao mesmo tempo, sendo u ma a favor de Nicolás Maduro , reeleito presidente e acusado de fraude nas eleições, e outra contra ele.
María Corina Machado lidera o partido de oposição a Maduro. Desde antes das eleições, ela tem instigado protestos, e chegou às ruas hoje em cima de um caminhão. Edmundo González Urritia , candidato do partido, não estava com ela.
Apoiadores de Maduro também invadiram as ruas da capital, mostrando apoio ao presidente reeleito.
Venezuela vê manifestações políticas constantes desde antes das eleições para presidente, e tudo se intensificou após a posse de Maduro. Até a sexta, 2, calcula-se que pelo menos 21 pessoas tenham morrido em meio a esses protestos e mais de 1,2 mil foram presas.
María Corina Machado chama manifestações
María Corina chamou manifestantes para as ruas. Ela apareceu em público pela primeira vez depois de vários dias. Em um vídeo publicado no Twitter, Machado disse que manifestantes nas ruas representam "força cívica" da Venezuela:
"Depois de seis dias de repressão brutal, acharam que iriam nos calar, nos fazer parar e nos assustar... Vejam a resposta. Hoje, a presença de cada cidadão nas ruas da Venezuela demonstra a magnitude e força cívica que temos, e a determinação de chegar ao final."
Maduro
vs González
Maduro afirma que venceu as eleições com cerca de 51,2% dos votos. A oposição, porém, discorda nos números e crê que González angariou 67% dos eleitores.
A grande questão é a recusa do CNE, Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, de divulgar as atas da reunião que provariam esses números..
Diversos países, então, não reconhecem eleição de Maduro - gerando, além da tensão interna, aversão global.
Maduro ameaça e fala sobre golpe
Discurso de Maduro enfatiza que, na verdade, é a oposição quem trabalha em fraude pela tentativa de aplicar golpe.
"Foram múltiplos os chamados e gritos de fraude por parte desse setor da direita, radical, criminosa e violenta da Venezuela. Não querem reconhecer os mecanismos nacionais e soberanos da Venezuela, apenas querem manter o show da farsa".
Maduro ainda ameaçou de prisão María Corina e González. Nas ruas, estão postadas Forças Armadas para reprimir protestos. Além dos mortos e feridos, há líderes da oposição desaparecidos e presos por arbitrariedade.