Fotos das crianças e dos jovens mortos no bombardeio de sábado foram penduradas no campo de futebol da aldeia drusa de Majdal Shams, nas Colinas de Golã, anexadas por Israel, em 29 de julho de 2024, em meio aos contínuos confrontos transfronteiriços entre tropas israelenses e combatentes do Hezbollah
AFP
Fotos das crianças e dos jovens mortos no bombardeio de sábado foram penduradas no campo de futebol da aldeia drusa de Majdal Shams, nas Colinas de Golã, anexadas por Israel, em 29 de julho de 2024, em meio aos contínuos confrontos transfronteiriços entre tropas israelenses e combatentes do Hezbollah

Israel bombardeou a capital do Líbano, Beirute, nesta terça-feira (30), em resposta a um ataque nas Colinas de Golã, território ocupado por Israel, que resultou na morte de 12 crianças e adolescentes neste fim de semana. As informações são da agência de notícias Reuters.

Segundo as Forças Armadas israelenses, o alvo do ataque era Muhsin Shukr, comandante do grupo extremista Hezbollah, responsável pelo ataque às Colinas de Golã.

A imprensa estatal libanesa informou que uma moradora local morreu e outras sete pessoas ficaram feridas. Shukr, no entanto, teria sobrevivido, conforme levantamento da Reuters com agentes do serviço de segurança libanês.

André Lajst, cientista político e presidente-executivo da StandWithUs Brasil, contextualiza a resposta israelense, afirmando que o “Hezbollah tem lançado mísseis, foguetes e drones contra Israel desde o dia 8 de outubro do ano passado, disparando centenas de mísseis diariamente contra o norte do território israelense, mesmo que Israel não tenha feito nenhuma provocação contra o território libanês ou contra o próprio grupo terrorista, antes da resposta de hoje”.

Lajst destaca ainda que, devido aos ataques, "mais de 60 mil pessoas foram deslocadas de suas casas no norte de Israel, com 23 civis e pelo menos 17 soldados mortos em ataques do Hezbollah desde outubro de 2023, segundo fontes israelenses”.

O bombardeio ocorreu em um reduto do Hezbollah, no subúrbio ao sul de Beirute, onde foi ouvida uma forte explosão. Moradores locais estavam em alerta havia dias, esperando uma possível retaliação.

Em comunicado, Israel afirmou que realizou "um ataque direcionado em Beirute ao comandante responsável pelo assassinato das crianças em Majdal Shams e pela morte de vários civis israelenses adicionais".

O governo iraniano classificou o ataque israelense como "agressão covarde e pecaminosa". O Líbano também condenou o ataque e anunciou que planeja uma queixa formal à Organização das Nações Unidas (ONU).


Sobre o Hezbollah

O especialista em Oriente Médio explica que o Hezbollah não é um grupo nacionalista libanês: “O Hezbollah é o grupo terrorista mais poderoso do mundo, com um orçamento de mais de 1 bilhão de dólares, recebendo mais de meio bilhão de dólares somente do governo iraniano. É um Estado dentro de um Estado e impede o Líbano de ser completamente independente e desfrutar de uma paz próspera com todos os outros países da região”.

“No contexto de um ataque que matou crianças inocentes, a resposta de Israel deve ser pontual e severa, para que os terroristas entendam que suas ações têm consequências. E, infelizmente, quem paga o preço de uma milícia armada como essa que controla o Líbano, é a população libanesa”, conclui Lajst.

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