‘Putin matou o meu marido', diz viúva de Alexei Navalny

Em declaração nas redes sociais, Yulia Navalny disse que vai continuar o trabalho de seu marido, que era o principal opositor do presidente russo

Viúva de Alexei Navalny acusa Putin de matar o marido
Foto: @yulia_navalnaya / X
Viúva de Alexei Navalny acusa Putin de matar o marido


Yulia Navalny, esposa do opositor russo Alexei Navalny, disparou sérias acusações contra o presidente Vladimir Putin em um vídeo divulgado nesta segunda-feira (19). Ela declarou que Putin ordenou o assassinato de seu marido porque "não poderia pará-lo", dando continuidade às suspeitas de que o governo russo esteve envolvido na morte de Navalny, ocorrida na última sexta-feira (16).

O Serviço Penitenciário Federal da Rússia, onde Navalny estava detido, alegou na semana passada que ele perdeu a consciência durante uma caminhada e não conseguiu se recuperar. No entanto, a causa exata da morte não foi esclarecida, e o governo russo afirmou não ter informações a respeito.

Yulia Navalny afirmou ainda que continuará a lutar contra o governo Putin e prometeu revelar os responsáveis pelo assassinato de seu marido. "Vou intensificar minha batalha contra o Kremlin com mais vigor do que nunca. Peço que se unam a mim, compartilhando minha raiva. Raiva, indignação, ódio contra aqueles que ousaram tirar nosso futuro", declarou.


As acusações de Yulia Navalny ecoaram internacionalmente, com os Estados Unidos, a União Europeia e o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, exigindo esclarecimentos da Rússia sobre as circunstâncias da morte de Navalny. Em um documentário premiado com o Oscar em 2023, o opositor russo previu sua própria morte, afirmando que se a Rússia decidisse matá-lo, seria prova da força de seus apoiadores e de seu incômodo ao presidente Putin.

Alexei Navalny, de 47 anos, era conhecido por suas denúncias de corrupção contra o governo de Putin e por sua liderança em movimentos de protesto na Rússia. Ele foi sentenciado a cumprir pena até os 74 anos, em um julgamento amplamente criticado por ativistas de direitos humanos como politicamente motivado para silenciar uma voz dissidente na política russa.