O grupo extremista Hamas expressou neste domingo (18) sua "apreciação" pela declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o conflito com Israel. Lula comparou a ação militar israelense na Faixa de Gaza ao genocídio praticado por Adolf Hitler na Alemanha nazista, conhecido como Holocausto.
Segundo a nota, Lula foi objetivo e descreveu com "precisão" o que representa a contraofensiva israelita no enclave palestino. Por conta dessa declaração, Lula foi classificado como "persona non grata" em Israel.
“Essa declaração vem no contexto de uma descrição precisa daquilo a que nosso povo está exposto e revela a grandeza do crime sionista cometido com cobertura e apoio aberto do governo norte-americano liderado pelo presidente Biden”, disse o grupo em comunicado divulgado em seu canal no Telegram.
O Hamas também instou a CIJ (Corte Internacional de Justiça) a considerar a declaração de Lula sobre "as violações e atrocidades que" os palestinos estão "sofrendo nas mãos do Exército" israelense. Segundo o grupo, tais ações "nunca foram testemunhadas na história moderna".
Leia a íntegra da nota, traduzida do inglês:
“Nós do Hamas (Movimento de Resistência Islâmica) apreciamos a declaração do presidente brasileiro Lula da Silva, que descreveu o que nosso povo palestino está sendo submetido na Faixa de Gaza como um Holocausto e o que os sionistas estão fazendo hoje em Gaza é o mesmo que o nazista Hitler fez com os judeus durante a 2ª Guerra Mundial.
Essa declaração vem no contexto de uma descrição precisa daquilo a que nosso povo está exposto e revela a grandeza do crime sionista cometido com cobertura e apoio aberto do governo norte-americano liderado pelo presidente Biden.
Pedimos à Corte Internacional de Justiça que considere a declaração do presidente brasileiro sobre as violações e atrocidades que nosso povo palestino está sofrendo nas mãos do Exército de ocupação criminoso e de seus colonos terroristas, que nunca foram testemunhadas na história moderna.”
No domingo (18), Lula fez essa comparação durante uma entrevista com jornalistas na Etiópia. Ele reiterou sua afirmação de que os palestinos estão enfrentando um "genocídio" e declarou que o Brasil irá advogar na ONU (Organização das Nações Unidas) pela criação de um Estado palestino.
“É importante lembrar que, em 2010, o Brasil foi o 1º país a reconhecer o Estado palestino. É preciso parar de ser pequeno quando a gente tem de ser grande. O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse.