Nesta segunda-feira (15), quando o conflito entre Israel e Palestina completa 100 dias, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu um cessar-fogo “imediato” em Gaza, que o Hamas libertasse os reféns mantidos e, por fim, o auxílio “suficiente” para os habitantes do território.
“Precisamos de um cessar-fogo humanitário imediato” em Gaza para garantir que “ajuda suficiente chegue aonde se necessita” e para “apagar as chamas de uma guerra mais ampla, porque quanto mais se prolongar o conflito em Gaza, maior será o risco de escalada e erro de cálculo”, disse Guterres em uma declaração à imprensa em Nova York.
“É meu dever transmitir esta mensagem simples e direta a todas as partes: parem de brincar com fogo do outro lado da Linha Azul, desescalem e ponham fim às hostilidades”, afirmou, fazendo uma alusão à fronteira israelense-libanesa, antes de lembrar “que não podemos ver no Líbano o que estamos vendo em Gaza“.
Guterres afirmou, ainda, que "nada pode justificar o castigo coletivo aos palestinos". O secretário-geral da ONU condenou novamente os atentados "horríveis" que tiveram início no de 7 de outubro. Até o momento, mais de 25 mil pessoas morreram em meio aos ataques.
“A longa sombra da fome se lança sobre a população de Gaza, juntamente com doenças, desnutrição e ameaças à saúde”, disse. Guterres ainda se declarou “profundamente preocupado” com as “violações do direito humanitário internacional que estamos presenciando”.
Ele também alertou que a "situação humanitária é indescritível: não há ninguém, nem lugar seguro" em Gaza, que viveu o maior deslocamento de palestinos desde 1948, segundo o braço da ONU para os refugiados palestinos (UNWRA, na sigla em inglês).
“Não podemos permitir que continue o que está ocorrendo em Gaza” concluiu Guterres.