(ANSA) - Os houthis no Iêmen, que foram alvos de ataques dos Estados Unidos e do Reino Unido, são definidos como "rebeldes" no Ocidente em virtude do apoio recebido pelo Irã.
Ao longo dos últimos 10 anos, eles formaram a principal força militar e institucional do conflagrado país árabe. Além disso, o grupo controla desde 2014 a capital Sanaa com todos os Ministérios e o Banco Central, bem como partes das regiões do centro e norte.
Embora a Arábia Saudita tenha mantido uma atitude cautelosa em relação ao conflito entre os Estados Unidos e os houthis, o grupo luta há anos com as forças iemenitas pró-sauditas e com as apoiadas pelos Emirados Árabes Unidos que dividem, com muita rivalidade, o centro-sul da nação, incluindo o porto estratégico de Aden.
As regiões orientais do Iêmen, por outro lado, foram dominadas pelo qaidismo local, o mesmo em que o terrorista Osama Bin Laden foi treinado.
O governo pró-iraniano de Sanaa, comandado por Abdel Malek Houthi, obteve ao longo dos anos um arsenal militar capaz de atingir alvos até dois mil quilômetros de distância com mísseis balísticos e drones de fabricação iraniana, como no caso das ofensivas ocorridas recentemente contra instalações petrolíferas da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos.
Em uma década de guerra no Iêmen, mais de 350 mil pessoas morreram, de acordo com informações da Organização das Nações Unidas (ONU).
No ano retrasado, as partes em conflito chegaram a um acordo de trégua. Contudo, um ano depois, o degelo político e diplomático entre Irã e Arábia Saudita, mediado pela China, acelerou o diálogo entre houthis e Riad, prolongando o cessar-fogo, que segue em vigor até hoje.
Em outubro passado, o líder dos houthis anunciou a entrada do grupo no conflito contra Israel ao lado do grupo fundamentalista islâmico Hamas e do chamado "eixo de resistência" liderado por Teerã.
Desde então, quase todos os dias, as forças iemenitas têm disparado contra numerosos navios de carga e petroleiros que se dirigem para Israel.
Tudo isso desencadeou a decisão dos Estados Unidos, em dezembro, de criar uma coligação marítima para proteger os interesses israelenses e a liberdade de navegação naquele braço do mar de formais geral. (ANSA).