O chefe de Política Externa da União Europeia, Josep Borrell, afirmou nesta quarta-feira (03) que a comunidade internacional deve "impor" uma solução no conflito entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza. Segundo Borrell, a decisão deve ser tomado por outros países, uma vez que os envolvidos no conflito não conseguem chegar a um acordo.
A fala foi dada pelo político em um evento em Lisboa, em Portugal. De acordo com Borrell: "Acredito que aprendemos nestes 30 anos que a solução tem de ser imposta de fora porque as duas partes nunca conseguirão chegar a um acordo”. "Se esta tragédia não acabar logo, todo o Médio Oriente poderá acabar em chamas”, continuou.
A Faixa de Gaza por Israel vem sendo bombardeada desde o dia 7 de outubro de 2023, quando o grupo extremista Hamas atacou o território israelense, deixando mais de 1.200 mortos, além de 240 reféns, segundo as informações do governo de Israel.
Como resposta aos ataques, Israel declarou guerra contra o Hamas. lançando um bombardeio que devastou a região. Mas tarde, uma invasão terrestre foi ordenada, deixando parte do território destruído. Até o momento, mais de 22 mil pessoas morreram no conflito, sendo a maior parte formada por mulheres e crianças, segundo informou as autoridades palestinas.
Na última terça-feira (2), a guerra chegou no território libanês, mais especificamente a capital Beirute. Na ocasião, um alto funcionário do Hamas foi morto em uma explosão. Além dele, o Hamas informou que o vice-líder, Saleh al-Arouri, foi assassinado num ataque de drone israelita. A informação ainda não foi confirmada por Israel.
Segundo o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, a morte de al-Arouri em Beirute seria uma maneira de "atrair o Líbano" para dentro da guerra, uma vez que o grupo armado libanês, Hezbollah, já trocou ofensivas com as forças israelenses desde o dia 7 de outubro.
“O que aconteceu ontem com a morte de um dos líderes do Hamas é mais um fator que pode levar ao agravamento do conflito”, disse o chefe de Política Externa da UE.
Borrell já avisou que planeja visitar o Oriente Médio, com o intuito de explorar saídas para a guerra. Ele apresentaria essas ideias à UE, criando uma missão no Mar Vermelho.