Saleh al-Arouri
Reprodução Twitter
Saleh al-Arouri

Um ataque com drone de Israel matou Saleh al-Arouri, o segundo na hierarquia do braço político do grupo armado palestino Hamas. O bombardeio atingiu um escritório do grupo fundamentalista em Beirute, no Líbano, resultando em 11 feridos e seis mortos nesta terça-feira (2). Al-Arouri, vice de Ismail Haniyeh desde 2017, era também responsável pelas operações na Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967. Ele era cofundador das Brigadas Izzedine Al-Qassam, a ala militar do Hamas.

O Hamas, atualmente em conflito com Israel há quase três meses na Faixa de Gaza, afirmou que o assassinato de al-Arouri não irá deter a "resistência". Ezzat al Rishq, membro do escritório político do Hamas, enfatizou que os ataques do "ocupante sionista" contra líderes palestinos não quebrarão a resistência do povo.

"Os assassinatos covardes cometidos pelo ocupante sionista contra os líderes e símbolos do nosso povo palestino dentro e fora da Palestina não vão conseguir quebrar nem a vontade nem a resiliência do nosso povo, nem entorpecer a continuação de sua corajosa resistência", declarou, por meio de nota, Ezzat al Rishq, membro do escritório político do Hamas.

Ahsan Attia, membro do braço político da Jihad Islâmica, reiterou que Israel "pagará por seus crimes", incluindo o assassinato de Saleh al-Arouri. Ele também negou que o secretário-geral do grupo, Ziyad Al-Nakhalah, tenha sido atingido na explosão em Beirute, assegurando que ele está em segurança.

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, condenou o ataque, classificando-o como um "crime de Israel", sugerindo que a ação visava iniciar uma nova fase do conflito. 

"Um drone israelense hostil teve como alvo um escritório do Hamas em Al-Musharrafiya, perto de Al-Sharq Sweets, e várias pessoas ficaram feridas", informou a Agência Nacional de Notícias do Líbano (NNA). Já a agência de notícias Al-Manar informou que entre os mortos estava al-Aruori.

O ex-diplomata Danny Dalon, atual membro do Parlamento pelo Likud, partido do premiê Benjamin Netanyahu, elogiou as forças de segurança israelenses pela morte de al-Arouri, enfatizando que aqueles envolvidos em ataques anteriores enfrentarão consequências.

"Parabenizo as Forças Armadas, o Shin Bet (inteligência interna), o Mossad (inteligência externa) e as forças de segurança pela morte da alta autoridade do Hamas Saleh Al-Aruori em Beirute. Qualquer um dos envolvidos no massacre de 7 de outubro deveria saber que os alcançaremos e que prestarão contas", disse, referindo-se aos maiores ataques em solo israelense desde a formação do Estado judeu, em 1948, que deixaram 1,2 mil mortos e desencadearam a atual guerra na Faixa de Gaza.

Com 58 anos, al-Arouri estava exilado no Líbano há uma década e era acusado por Israel e EUA de financiar e supervisionar as operações militares do Hamas na Cisjordânia. Sua responsabilidade pelo sequestro e assassinato de três adolescentes israelenses em 2014 resultou na designação como terrorista pelos EUA em 2015. Ele esteve preso em Israel de 1995 a 2010 e, após sua libertação sob a condição de exílio, mudou-se para a Síria, Turquia e, por fim, para o Líbano. Seu irmão e sobrinhos foram detidos no ano passado, e sua casa na Cisjordânia foi destruída pelas tropas israelenses.

Saleh al-Arouri foi considerado terrorista pelos EUA após ter assumido a responsabilidade por ataques ocorridos em junho de 2014, nos quais três adolescentes israelenses foram sequestrados e mortos na Cisjordânia.

Al-Arouri ficou detido em Israel de 1995 a 2010, sendo posteriormente libertado sob a condição de exílio. Após sua libertação, foi deportado para a Síria, seguido por uma mudança para a Turquia e, posteriormente, para o Líbano. Em outubro do ano passado, seu irmão e nove sobrinhos foram detidos na aldeia de Arura, perto de Ramallah. Poucos dias após, tropas israelenses destruíram a casa de sua família na Cisjordânia, mas na ocasião estava vazia.


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