O exército de Israel ignorou a resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e manteve os bombardeios na manhã deste sábado (23) na Faixa de Gaza, informam as agências de notícias internacionais. Segundo o Hamas, 18 pessoas morreram após um atentado ao campo de refugiados de Nuseirat, no centro de Gaza.
Os ataques acontecem um dia após a ONU aprovar uma resolução que pede trégua no conflito para a entrada de ajuda humanitária à Gaza. O texto ainda pede o encontro de soluções “sustentáveis” para o fim do conflito.
Na sexta-feira (22), Israel já havia bombardeado um edifício que deixou 76 pessoas de uma mesma família mortos. Segundo a Defesa Civil de Gaza, o ataque foi o mais mortífero do conflito com os israelenses.
Entre os mortos, está um funcionário do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas. Além dele, a esposa e os cinco filhos também morreram no ataque.
Após os ataques, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, acusou o exército de Israel de “criar obstáculos” na distribuição de ajuda humanitária. Guterres afagou os israelenses e pediu para que o Hamas liberte os reféns sequestrados no dia 7 de outubro, mas reafirmou não ver necessidade nos ataques.
“O verdadeiro problema é que a forma como Israel está conduzindo a ofensiva, cria enormes obstáculos à distribuição de ajuda humanitária dentro de Gaza”, declarou.
Resolução da ONU
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou na tarde de sexta-feira (22) uma resolução que aprova uma trégua no conflito entre Israel e Hamas. A proposta foi sugerida pelos Emirados Árabes Unidos e teve abstenções dos Estados Unidos e Rússia.
A medida prevê maior ajuda humanitária em Gaza, além de pedir medidas para reduzir as hostilidades e encontrar meios para um fim “sustentável” do conflito. O texto também pede a nomeação de um coordenador humanitário para organizar as entregas de insumos humanitários à Faixa de Gaza.
A resolução, porém, não condena os ataques e deixe Gaza e, principalmente, Israel serem consultados sobre as ajudas que entraram pela passagem de Rafah. O conselho também pede a colaboração das Nações junto ao coordenador humanitário para “cumprir o mandato sem atrasos e obstruções”.