Organizações sindicais marcaram para está quarta-feira (20) uma mobilização contra o governo de Javier Milei e as propostas econômicas do novo presidente argentino. Essa é a primeira mobilização contra Milei desde que assumiu o país no começo do mês.
A mobilização é um protesto às ações de Milei na economia, que optou pela desvalorização do Peso, além de paralisar obras e reduzir subsídios para energia elétrica e transporte público. Os manifestantes devem se concentrar às 10h e seguir rumo a Praça de Maio para fortalecer o movimento por volta das 16h.
Para segurar o movimento, o governo Javier Milei deve implementar um pacote anti-piquete e cortar benefícios sociais de manifestantes. O objetivo é evitar a interrupção do trânsito nas principais ruas e avenidas de Buenos Aires.
A ministra da Segurança, Patrícia Bullrich, afirmou que o protocolo anti-piquete é uma forma de "tranquilizar os argentinos". Ela ressaltou que as mobilizações poderão acontecer em praças e calçadas, desde que não atrapalhe o trânsito e a circulação de pedestres.
"Esta ordem implica hoje começar a fazer dizer ‘não há mais piquetes, os piquetes acabaram’ na Argentina, trabalhar-se-á para iniciar uma era em que os argentinos tenham convivência, em paz e tranquilidade", declarou.
"Hoje começa, será um começo, não precisamos esperar cem por cento de chance de sucesso, hoje começa um caminho sem volta", concluiu.
O governo argentino implementou uma linha telefônica para que beneficiários de programas sociais denunciem coações para participarem dos piquetes. Até o momento, mais de 5 mil denúncias foram registradas e devem ser investigadas pela polícia argentina.
Bullrich ainda garantiu o uso de câmeras de segurança para fiscalizar os piquetes na capital.
"Temos uma forma de identificá-los e eles vão perder o benefício que têm, quem realmente entende a mensagem de que não é assim que se tem benefício, que eles perdem, que não há mais intermediários, é vai ser inteligente e vai ficar no seu bairro, em casa ou no trabalho", ameaçou.
Pacotes de Milei
Foco dos protestos de sindicatos nesta quarta, os pacotes econômicos de Javier Milei devem ter novidades nesta semana. O presidente argentino deverá usar a cadeia de TV para anunciar novos decretos para segurar a economia do país.
Entre as medidas, está uma espécie de Reforma Trabalhista e propostas para reduzir a burocracia para empresários. O texto, com mais de 200 páginas, ainda deve mudar o sistema do serviço público, modifica a Lei de Locação e tributações.
Segundo a Casa Rosada, o objetivo do texto é reduzir gastos, flexibilizar o mercado de trabalho e impulsionar a economia do país. A proposta deve ser publicada no Diário Oficial nesta quinta-feira (21) e entregue ao Congresso até sexta (22).