Kathleen Folbigg ficou duas décadas presa pela acusação, que foi considerada como injusta
Joel Carrett/EPA
Kathleen Folbigg ficou duas décadas presa pela acusação, que foi considerada como injusta

Nesta quinta-feira (14), a Justiça da Austrália anulou formalmente as condenações contra Kathleen Folbigg. A mulher passou 20 anos presa após ser condenada por matar seus 4 filhos. Segundo a Justiça, a sentença foi dada de forma injusta. Os advogados fizeram o pedido de reforma legal e uma compensação "substancial".

Folbigg está livre desde junho, quando o juiz aposentado Tom Bathurst reexaminou as evidências do caso, que aconteceu em 2003, e entendeu que há "dúvida razoável" quanto a sua culpa pela morte dos filhos.

O Tribunal de Apelação Criminal de Nova Gales do Sul então decidiu formalmente pela anulação da condenação para 'limpar' a culpa do caso do nome de Folbigg. A decisão foi tomada por um painel de juízes, que concordaram que a mulher deveria ser absolvida de todas as acusações postas sobre ela, colocando esse como um dos mais proeminentes erros judiciais do país. 

Após a decisão, fora dos tribunais, Folbigg agradeceu quem a apoiou neste momento, e quem trabalhou para conseguir convencer o governo e o sistema legal a reavaliar as evidências, além de levar em consideração as novas provas científicas que justificavam um exame mais atento de suas convicções.

Ao lado dos advogados e dos amigos, Folbigg disse: "O tempo para ver o resultado de hoje custou muito a muitas pessoas”. "Eu esperava e rezei para que um dia eu pudesse ficar aqui com meu nome limpo", completou.

A advogada do caso, Rhanee Rego, disse: "Não estou preparada para colocar um valor nisso, mas será maior do que qualquer pagamento substancial que tenha sido feito antes”. Ela completa: "Uma mulher inocente que sofre pode e deve ser reconhecida e se tornar um grande impulso para melhorar nosso sistema legal”.

Ela havia sido condenada em 2003 por três acusações de assassinato e homicídio involuntário, após a morte dos 4 filhos — todos bebês — durante uma década, a partir de 1989.

O primeiro filho foi Caleb, que morreu em 1989. O segundo foi Patrick, que faleceu em 1991, seguido de Sarah, em 1993, e Laura, em 1999. Os três primeiros óbitos foram considerados como Síndrome da Morte Súbita Infantil (SIDS). Após a morte de Laura, no entanto, começou a investigação contra Folbigg, após a autópsia categorizar a morte como "indeterminada".

Entretanto, não foram apresentadas provas físicas de que Folbigg tenha matado as crianças. O júri na época, no entanto, achou improvável que os quatro bebês tenham morrido de causas naturais, considerando que a mulher os havia assassinado. Além disso, após a leitura do diário da mulher, algumas passagens foram interpretadas como admissões de culpa.

Uma investigação em 2022 descobriu um gene mutante, que anteriormente era desconhecido, nas suas filhas, que poderia ter sido a causa da morte. A partir disso, criou-se uma "dúvida razoável" sobre a autoria de um assassinato, podendo ser uma questão genética as mortes. 


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