O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, suavizou o discurso e afirmou neste sábado (9) que a Guiana e a empresa petrolífera ExxonMobil terão que "sentar e conversar" com o governo venezuelano sobre a região de Essequibo.
"De coração e alma, queremos paz e compreensão", escreveu Maduro em uma publicação no Twitter. A fala vem após a Venezuela receber apoio popular para anexar Essequibo , região administrada pela Guiana e disputada há quase dois séculos pelos dois países.
"Optamos pelo diálogo direto com a Guiana, mas as suas autoridades revogaram o Acordo de Genebra e começaram a dividir o nosso mar, ameaçando construir uma base militar para o Comando Sul dos EUA. Não contaram com a nossa astúcia, o povo saiu em defesa da Guiana Esequiba. Não poderão ignorar a vontade soberana da Venezuela", disse Maduro em outra publicação.
O Acordo de Genebra foi um documento assinado em 1966 no qual o Reino Unido, então colonizador da Guiana, reconheceu que a região de Essequibo estava em disputa com a Venezuela. O Acordo é usado pela Venezuela para considerar que a área ainda está sem definição. Já a Guiana considera um documento anterior, o Acordo de Paris de 1899, que concedia a área ao Reino Unido.
Na manhã deste sábado, Maduro falou ao telefone com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que pediu para que o venezuelano mantenha o diálogo e não tome ações unilaterais que possam escalar a tensão na região.