Subiu para quase 1,9 milhão o número de palestinos que deixaram suas casas na Faixa de Gaza desde o início da guerra entre Israel e Hamas
, de acordo com relatório da agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês) publicado nesta segunda-feira (4). Esse número representa mais de 80% da população total do enclave.
Dentre os deslocados, cerca de 1,2 milhão estão abrigados em 156 instalações da UNRWA. Segundo a agência, os abrigos operam em cerca de quatro vezes suas capacidades normais.
Desde o início da guerra, as famílias deixaram suas casas em busca de locais mais seguros, como escolas, hospitais e abrigos humanitários. Além disso, os palestinos se deslocaram para o sul de Gaza conforme o exército de Israel invade o norte por terra.
Apesar de Israel considerar o sul de Gaza uma zona segura, os bombardeios continuam na região. Segundo a UNRWA, "nenhum lugar é seguro em Gaza", já que há inclusive registros de ataques a abrigos e escolas.
"A agência conseguiu verificar que ocorreram 117 incidentes em 85 instalações desde o início da guerra. 30 instalações foram atingidas diretamente e 55 sofreram danos colaterais. Além disso, a UNRWA recebeu relatórios sobre a utilização militar das suas instalações em pelo menos cinco ocasiões", diz a agência.
Desde o início da guerra, 111 funcionários da UNRWA foram mortos. No relatório divulgado nesta segunda, a agência afirma que 218 pessoas deslocadas internamente em abrigos da UNRWA foram mortas e 901 ficaram feridas em ataques diretos e indiretos às instalações.