Cessar-fogo: Hamas se diz aberto a estender trégua com Israel

Negociações para prorrogar o acordo estão em curso

Lideranças do Hamas vivem no Catar e mantêm escritórios na Turquia
Foto: Reprodução Flickr
Lideranças do Hamas vivem no Catar e mantêm escritórios na Turquia

Uma fonte ligada ao Hamas disse que o grupo fundamentalista estaria disposto a estender a trégua com Israel por mais quatro dias, até o próximo domingo (3).

O cessar-fogo entrou em vigor na última sexta-feira (24), com prazo inicial de quatro dias, e  foi estendido por mais dois, até esta quarta (29).

"O Hamas informou aos mediadores que deseja estender a trégua e seria capaz de libertar prisioneiros israelenses", disse uma fonte citada pela agência AFP. Em troca, o grupo espera a soltura de palestinos mantidos em prisões em Israel.

Já a imprensa egípcia, citando "fontes oficiais" do Cairo, publicou que há um acordo preliminar para prorrogar a trégua por dois dias, com mediação do Catar, dos Estados Unidos e do próprio Egito.

No entanto, o pacto dependerá da capacidade do Hamas de libertar pelo menos 10 reféns por cada novo dia de cessar-fogo, enquanto Israel precisaria soltar pelo menos 30 palestinos.

Em meio às negociações, os ministros das Relações Exteriores do G7 (Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão e Reino Unido) divulgaram um comunicado em que elogiam a libertação de alguns reféns sequestrados em 7 de outubro, mas exigem a soltura "imediata e incondicional" de todos os outros raptados.

Já o  papa Francisco fez um novo apelo por paz nesta quarta-feira e pediu que a trégua seja prorrogada, "de modo que todos os reféns sejam liberados e que seja permitido o acesso a ajudas humanitárias".

"Falei com a paróquia local, e falta água, pão, as pessoas sofrem. São as pessoas do povo que sofrem, e não aquelas que fazem a guerra", acrescentou o pontífice em sua audiência geral.

A guerra foi deflagrada após os  atentados sem precedentes cometidos pelo Hamas em Israel em 7 de outubro, que deixaram 1,2 mil mortos, em sua maioria civis. Desde então, a resposta israelense já fez quase 15 mil vítimas na Faixa de Gaza, incluindo 6,5 mil crianças e 4 mil mulheres.