Chefe do Hamas diz estar perto de 'acordo para uma trégua' com Israel

Israel, no entanto, ainda não se pronunciou sobre as declarações do líder do grupo

Ismail Haniyeh, líder do Hamas
Foto: Reprodução: governo da Rússia
Ismail Haniyeh, líder do Hamas

Nesta terça-feira (21), o chefe do Hamas,  Ismail Haniyeh, disse que está perto de chegar a um acordo de trégua na guerra contra Israel. O país, no entanto, ainda não se pronunciou sobre a declaração do líder, que está à frente do grupo extremista islâmico desde 2017.

"Estamos perto de alcançar um acordo para uma trégua", afirmou Haniyeh em uma postagem no aplicativo  Telegram . O chefe do grupo vive em Doha, no Catar, há três anos.

Ele foi escolhido para liderar o  Hamas por uma espécie de órgão deliberativo, que conta com 15 membros e é responsável por definir o chefe máximo.

Um oficial do Hamas afirmou ao jornal Al Jazeera que as negociações são sobre uma trégua temporária para organizar a entrada de ajuda na Faixa de Gaza e um acordo de troca de reféns e prisioneiros.

Durante as negociações, está sendo trabalhado um acordo para que haja a  libertação dos cerca de 240 reféns que estão sob posse do Hamas, sendo a maioria israelense, que foram sequestrados em 7 de outubro, quando o grupo fez um ataque surpresa a Israel, dando início ao conflito.

Na ocasião, cerca de 1.200 pessoas também foram mortas pelo grupo, sendo a maioria delas civis.

Depois disso,  Israel iniciou uma contraofensiva, fazendo bombardeios incessantes contra a Faixa de Gaza, além de uma incursão terrestre, prometendo acabar com o Hamas e libertar os reféns.

O governo do Hamas afirma que a guerra já deixou mais de 13.300 palestinos mortos, sendo milhares deles crianças.

Nesse domingo (19), o primeiro-ministro do Catar, Mohammed ben Abdelrahmane Al-Thani, disse que um acordo para libertar os reféns em troca de um cessar-fogo temporário depende de questões práticas "menores".

O Catar está mediando as negociações. O país é onde o Hamas tem um escritório político e onde Haniyeh está baseado.

Nessa segunda (20), o  presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse acreditar que um acordo para a libertação de reféns estava próximo.

À agência de notícias AFP , duas fontes próximas das negociações afirmaram que um acordo provisório inclui uma trégua de cinco dias, com um cessar-fogo no terreno e limites às operações aéreas de Israel no sul de Gaza.

Em troca, entre 50 e 100 reféns do Hamas e da Jihad Islâmica seriam soltos. Segundo o acordo, cerca de 300 palestinos seriam libertados de prisões israelenses, entre mulheres e crianças.