Israel e o grupo terrorista Hamas chegaram nesta terça-feira (21) um acordo de cessar-fogo temporário em Gaza, com a mediação do Catar, Egito e Estados Unidos. O acordo envolve a libertação de 50 reféns mantidos pelo Hamas em resposta ao ataque de 7 de outubro, em troca da suspensão dos ataques israelenses em Gaza.
O acordo estipula a libertação de 30 crianças e 20 mulheres, incluindo oito mães, pelo Hamas. Israel compromete-se a libertar três prisioneiros palestinos para cada refém libertado, totalizando 150 prisioneiros.
Além disso, Israel concorda em interromper todos os ataques em Gaza, tanto aéreos quanto terrestres, por até cinco dias. A Cruz Vermelha recebe permissão para visitar os reféns restantes sob custódia, garantindo acesso a medicamentos.
A implementação ocorrerá em cinco etapas, envolvendo a entrega dos reféns ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha. Os reféns serão transferidos para representantes das Forças Armadas de Israel, passarão por exames médicos iniciais e serão levados a hospitais designados antes de se reunirem com suas famílias.
Etapas seguintes envolverão avaliações da capacidade dos reféns de relatar o que aconteceu antes de serem submetidos a interrogatórios.
A liberação inicial dos reféns está prevista para quinta-feira, com a expectativa de soltar 12 israelenses por dia. O anúncio do acordo seguiu extensas reuniões no governo israelense e em seus gabinetes de guerra e segurança.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que as operações contra Gaza não cessariam até que todos os reféns fossem devolvidos com segurança. O exército israelense enfatizou que o acordo não afetaria o objetivo principal de eliminar o grupo terrorista Hamas.
“Quero esclarecer: estamos em guerra, continuaremos em guerra, continuaremos em guerra até atingirmos todos os nossos objetivos. Destruiremos o Hamas, devolveremos todos os nossos sequestrados e desaparecidos e garantiremos que em Gaza não haverá nenhum partido que represente uma ameaça a Israel”, declarou.
Partidos políticos israelenses, incluindo a coalizão, expressaram opiniões divergentes sobre o acordo. Alguns partidos de direita se opuseram, citando preocupações sobre o impacto na segurança de Israel. Partidos de oposição, como o Partido Trabalhista, expressaram apoio ao acordo.
Embora o acordo forneça alívio temporário a Gaza, não é considerado um acordo de paz definitivo. O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, usou o termo "hudna" em árabe, referindo-se a uma pausa temporária. O objetivo do governo israelense permanece a eliminação do grupo terrorista Hamas.
Catar expressou otimismo sobre alcançar um acordo, afirmando que os negociadores estavam próximos de um acordo. EUA e Egito desempenharam papéis cruciais na mediação das discussões entre Israel e Hamas.