A Bolívia rompeu formalmente relações diplomáticas com Israel sob a acusação de o país hebreu estar reagindo de forma desproporcional na Faixa de Gaza em resposta aos ataques do Hamas em 7 de outubro.
A Bolívia “decidiu romper relações diplomáticas com o Estado israelense em repúdio e condenação da ofensiva militar israelense agressiva e desproporcional que ocorre na Faixa de Gaza”, disse o vice-ministro das Relações Exteriores, Freddy Mamani, em entrevista coletiva na noite de terça-feira (31).
A Ministra da Presidência, Maria Nela Prada, também anunciou que o país enviaria ajuda humanitária para Gaza.
“Exigimos o fim dos ataques que até agora causaram milhares de mortes de civis e a deslocação forçada de palestinos”, disse ela na mesma conferência de imprensa.
Nesta quarta-feira (1º), Israel acusou a Bolívia de colaborar com "terrorismo e ao regime do aiatolá no Irã".
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores de Israel também procurou minimizar a decisão da Bolívia, dizendo que “de qualquer maneira, as relações entre os países eram desprovidas de conteúdo” desde que Luis Arce tomou posse como presidente.
Entretanto, o Hamas, o grupo que dirige a sitiada Faixa de Gaza, saudou a decisão da Bolívia e instou os países árabes que mantém relações com Tel Aviv a fazerem o mesmo.
Colômbia e Chile convocaram seus embaixadores para consultas condenando as mortes de civis em Gaza e apelando a um cessar-fogo.
O presidente chileno Gabriel Boric acusou Israel de “violações inaceitáveis do Direito Internacional Humanitário” e de seguir uma política de “punição coletiva” do povo de Gaza, ao anunciar a destituição do Embaixador Jorge Carvajal.
O Chile possui uma das maiores e mais antigas comunidades palestinas fora do mundo árabe.
Já o presidente colombiano Gustavo Petro chamou os ataques de “massacre do povo palestino”.
A América Latina, principalmente os países governados por presidentes mais à esquerda, têm apego à causa palestina. O presidente Lula, por exemplo, já apelou a um cessar-fogo.