Guterres, chefe da ONU, critica chegada de ajuda em Gaza

Para o secretário-Geral da ONU, a forma como a ajuda tem chegado é "completamente inadequada"

O Secretário-geral da ONU, António Guterres, divulgou um comunicado em que faz pedidos para os dois lados do conflito
Foto: Divulgação
O Secretário-geral da ONU, António Guterres, divulgou um comunicado em que faz pedidos para os dois lados do conflito

O chefe da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, afirmou que as entregas de ajuda humanitária destinadas à Faixa de Gaza são "completamente inadequadas”, uma vez que a região passa por uma deterioração das condições.

A declaração do secretário-Geral foi dada nesta terça-feira (31). Nela, ele reitera as necessidades humanitárias em Gaza, dizendo que elas ultrapassam em muito os níveis de assistência existentes. Vale ressaltar que caminhões com  ajuda humanitária têm chegado a Gaza vindo do Egito na última semana. Eles passam pela  passagem de Rafah, travessia que faz fronteira com Gaza, mas não com Israel.

Antes dos ataques terroristas promovidos pelo grupo extremista Hamas no dia 7 de outubro, cerca de 500 caminhões de ajuda humanitária  outros bens entravam na Faixa de Gaza todos os dias.

O porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, informou que 66 caminhões de ajuda humanitária conseguiram entrar em Gaza nas últimas 24h. O esperado é que consiga entrar cerca de 100 caminhões por dia.

Preocupações

O líder da ONU expressou algumas preocupações com a escalada militar na guerra, uma vez que Israel tem intensificado os ataques terrestres contra Gaza. Vale ressaltar que Israel também tem bombardeado o território palestino.

"Estou profundamente alarmado com a intensificação do conflito entre Israel e o Hamas e outros grupos armados palestinos em Gaza”, afirmou Guterres. “Com demasiadas vidas israelitas e palestinianas já perdidas, esta escalada apenas aumenta o imenso sofrimento dos civis.”

Os bombardeios de Israel tem sobrecarregado os hospitais pelo alto volume de feridos. Além disso, o  cerco israelense gerou uma escassez no fornecimento de água, combustível e eletricidade.

Segundo as autoridades palestinas,  8.500 pessoas foram mortas em Gaza pelos ataques. Deste total, cerca de um terço delas são crianças.

Nesta terça-feira, a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) emitiu um comunicado através do porta-voz da organização, James Elder, afirmando que Gaza se tornou "um cemitério para milhares de crianças”.

Segundo o porta-voz da Sociedade do Crescente Vermelho Palestino, Nebal Farsakh, a situação em Gaza e´"absolutamente horrível”. "Os hospitais já estão sobrecarregados e mal conseguem lidar com o número crescente de vítimas que enfrentam a cada hora”, disse o porta-voz à agência Al Jazeera.

"“[Eles] estão trabalhando em plena capacidade. Isto ocorre ao mesmo tempo em que todos os hospitais estão literalmente em colapso devido à escassez [de] suprimentos médicos, bem como de medicamentos, e estão ficando sem combustível, o que é urgentemente necessário”, ele completa.