O Itamaraty perdeu contato com brasileiros que aguardam repatriação após todas as comunicações na Faixa de Gaza terem sido cortadas num gesto que diplomatas de todo o mundo consideram um prenúncio de uma escalada na ofensiva militar de Israel sobre a região. Diante disso, a ONU se prepara para uma crise humanitária sem precedentes.
Além do corte da comunicação, a Faixa de Gaza já está sem energia, gasolina para geradores, água e suprimentos o suficiente há 21 dias. A situação é tão grave que diversos hospitais da região pararam de funcionar por não terem mais condições de operar.
O Itamaraty confirmou que não consegue completar as ligações para os aproximadamente 30 brasileiros que ainda se encontram na região de conflito, nem mesmo quando as chamadas partes de Ramallah, na Cisjordânia.
“Lamentamos anunciar a interrupção completa de todas as comunicações e serviços de Internet com a Faixa de Gaza devido à agressão em andamento. Os intensos bombardeios da última hora destruíram as últimas rotas internacionais que ligavam Gaza ao mundo exterior, além das rotas anteriormente destruídas durante a agressão, o que levou à interrupção de todos os serviços das empresas de telecomunicações da amada Faixa de Gaza”, diz uma mensagem enviada aos palestinos pela Jawal, rede de telefonia local.
"À medida que os bombardeios se intensificam, as necessidades se tornam cada vez mais críticas e colossais. Cerca de 500 caminhões por dia estavam entrando em Gaza antes do início das hostilidades. Nos últimos dias, uma média de apenas 12 caminhões por dia tem entrado, apesar de as necessidades serem muito maiores do que em qualquer outro momento”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres.
"Além disso, os suprimentos que entraram não incluem o combustível para as operações das Nações Unidas - combustível que também é essencial para alimentar hospitais, usinas de dessalinização de água, produção de alimentos e distribuição de ajuda", completou Guterres.