Cerca de 440 mil pessoas, 1,13% da população maior de idade da Espanha, declara ter sofrido abusos sexuais em âmbito eclesiástico , e 0,6% de ter sido vítima de um padre ou religioso católico nos últimos 50 anos. A metade dos casos, quase 200 mil, seria contra menores.
A revelação consta em uma pesquisa encomendada pela comissão de investigação sobre o fenômeno no Parlamento, investigação que durou 15 meses e nasceu a partir de uma grande apuração jornalística do El País.
O relatório tem 777 páginas, mais de 100 contêm testemunhos de 487 vítimas.
Graças às entrevistas de mais de 8 mil pessoas, emergiram dados assustadores sobre as dimensões do fenômeno: cerca de 11,7% dos espanhóis afirmam ter sofrido violências antes dos 18 anos, 1,13% sofreu em âmbito religioso, escolas e institutos católicos, e 0,6% afirma ter sofrido agressões sexuais diretamente por parte de um padre.
O responsável pela pesquisa, Ángel Gabilondo, destacou que os relatos devem ser escutados, e propôs um fundo de indenização estatal para as vítimas: "Escrevemos a todos os bispos, alguns nos responderam, abriram seus arquivos, outros reclamara. A Igreja deve ter consciência de que o escândalo maior seria o de não colaborar explicitamente com uma sociedade que quer saber a verdade".