Israel nega pressão dos EUA e diz tomar as próprias decisões militares

Após relatos de que o país teria cedido à pressão dos EUA para adiar incursão terrestre em Gaza, gabinete de guerra se manifestou

Ex-ministro da Defesa israelense Benny Gantz, membro do gabinete de guerra
Foto: U.S. Air Force Staff Sgt. Jack Sanders - 11.04.2021
Ex-ministro da Defesa israelense Benny Gantz, membro do gabinete de guerra

O ex-ministro da Defesa de Israel Benny Gantz, membro do gabinete de guerra, disse que o país toma as próprias em relação aos  próximos passos no conflito contra o Hamas.  A declaração ocorre em meio a  relatos de que Israel teria cedido à pressão dos Estados Unidos para atrasar a incursão terrestre em Gaza.

"Tomamos decisões apenas com base nos nossos próprios interesses", afirmou Gantz à imprensa em Tel Aviv, dizendo que o país aprecia o  apoio que recebe dos norte-americanos.

"Somente nós defenderemos a nós mesmos e a cada judeu", continuou, dizendo que "o risco de ser eliminado" não é de Israel "mas de seus inimigos".

"A expectativa é de tempos difíceis para nós", afirmou ele sobre os próximos combates, mas disse que o gabinete de guerra está funcionando bem.

Duas semanas atrás, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e Benny Gantz, líder do partido da unidade nacional, anunciaram a formação de um governo de emergência e um gabinete de gestão de guerra para fazer o controle do conflito.

Questionado sobre a decisão, Gantz disse que "esta foi a medida certa para Israel e ela já se provou". "Sou um soldado. Eu não estava fazendo política quando entrei para o governo de emergência. Assim como sabia quando entrar, também saberei quando sair", afirmou, acrescentando que ficará "até depois da guerra".

Na ocasião, o ex-ministro disse que o gabinete vai trabalhar em um novo plano para  garantir a segurança de civis e das comunidades que o Estado planeja restaurar na zona que faz fronteira com Gaza, que foi alvo de bombardeios.

No início da semana, a agência de notícias Reuters divulgou que os  EUA estariam aconselhando Israel a adiar a ofensiva terrestre na Faixa de Gaza para garantir melhor negociação de reféns.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já destacou que o país não está por trás da estratégia de Israel, e que é Israel quem deve decidir em qual momento iniciar a incursão em Gaza, mas Washington, o Pentágono e o Departamento de Estado estão articulando uma possível contenção do conflito.

Em pronunciamento nessa quarta-feira (25),  Netanyahu disse que o país se preparava para entrar em Gaza em uma "operação terrestre".

"Nos preparamos, não direi como nem quando. A data da entrada na Faixa será decidida pelo gabinete de guerra", disse ele. "Os objetivos são dois: eliminar o Hamas e liberar os reféns. Todos os que participaram do ataque de 7 de outubro são passíveis de morte."

incursão terrestre começou na última noite e, de acordo com as Forças de Defesa de Israel (FDI), 250 alvos do Hamas já foram atingidos na região.'