A promotora do caso que condenou o brasileiro Danilo Cavalcante
à prisão perpétua nos Estados Unidos disse que as autoridades estão "lidando com um monstro". Condenado por matar a ex-namorada, Danilo fugiu do presídio no estado da Pensilvânia no dia 31 de agosto
e, desde então, é procurado pela polícia estadunidense.
"[Danilo cometeu o assassinato] na frente dos dois filhos dela, em plena luz do dia. É preciso ter muita força para cometer esse assassinato. Ele tem muita raiva, alguma coisa está quebrada dentro desse homem. Estamos lidando com um monstro", afirmou a promotora Deb Ryan, em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo.
Responsável por formular a acusação que levou Danilo à prisão perpétua, a promotora deu mais detalhes do ocorrido durante a entrevista. O brasileiro é responsável pela morte da também brasileira Déborah Brandão, sua ex-namorada, assassinada em 2021.
"Eles vieram para os Estados Unidos em épocas diferentes, se conheceram aqui, em 2019, e começaram a namorar. Às vezes moravam juntos. Em junho de 2020, ele mordeu os lábios dela até o sangue jorrar. Em dezembro, no Natal, ele chutou o corpo dela no chão repetidamente, pegou uma faca e ameaçou matá-la", contou a promotora.
Déborah chegou a se separar de vez de Danilo e conseguir uma medida protetiva mas, quatro meses depois, foi morta por ele. Quatro horas depois do crime, o brasileiro foi preso.
Após fugir da penitenciária no fim de agosto, Danilo é procurado pela polícia estadunidense. Segundo o Fantástico, quase 400 agentes estão envolvidos no caso.
Crime no Brasil
O programa também revelou neste domingo (10) que Danilo já tinha matado uma pessoa no Brasil em 2017, antes de se mudar para os Estados Unidos. O crime aconteceu na cidade de Figueirópolis, em Tocantins, quando Danilo matou o estudante Walter Júnior a tiros. Segundo investigação da polícia, Walter devia a Danilo.
"Walter Junior estava naquela mesa ali do canto. O Danilo chegou, falou comigo aqui, e foi pra lá. Até aí eu os vi conversando e tudo. Quando eu estou fazendo um lanche aqui escutei uns estouros. Aí escutei gritando: 'Rapaz, o cara matou o amigo dele'", contou ao Fantástico Evaldo Feitosa, umas das testemunhas do crime, que ocorreu próximo a um trailer de lanches.
Uma semana após o assassinato, a Justiça determinou a prisão de Danilo, que se tornou foragido. Ele, então, fugiu para os Estados Unidos. A fuga só foi possível porque Danilo saiu do país por Brasília, e a justiça do Tocantins ainda não havia registrado a decisão no Banco Nacional de Mandados. Segundo o Fantástico, o registro nacional só foi feito sete meses após o crime, quando Danilo já estava nos Estados Unidos.