O conselheiro do governo ucraniano, Mykhailo Podolyak, que trabalha diretamente com o presidente Volodymyr Zelensky, afirmou nesta terça-feira (1º) que a Rússia está por trás do golpe militar no Níger.
"É uma tática russa padrão: distrair a atenção, aproveitar o momento e expandir o conflito. Aliados russos como Mali e Burkina Fasso deram apoio expresso aos rebeldes, o que só aumenta a convicção de que a Rússia tem uma ambição global de provocar instabilidade e minar a segurança", disse o alto funcionário ucraniano no Twitter .
"É tempo de trazer a conclusão certa: só a remoção do clã de Putin e o renascimento político da Rússia podem garantir o Estado de Direito e a estabilidade no mundo", concluiu Podolyak.
Na segunda (31), o Kremlin pediu que os envolvidos na crise no Níger atuem de maneira comedida.
"Pedimos pela rápida restauração da ordem no país e por uma atuação contida de todas as partes, para que não haja mortes", disse o porta-voz do governo de Vladimir Putin, Dmitry Peskov.
Analistas avaliam que as lideranças golpistas, formadas por uma junta militar, tendem a desfazer laços com parceiros ocidentais do Níger e a se aproximar da Rússia.
Um dos indícios é a atuação no país do grupo mercenário Wagner, que, apesar de ter tido tensões com a Rússia no conflito com a Ucrânia, ainda colabora com o Kremlin na África.
Após o golpe no Níger, o chefe do Wagner, Yevgeny Prigozhin, afirmou que nações ocidentais estariam apoiando grupos terroristas no país e que a situação seria o "legado do colonialismo".