Relatório acusa milícias comandadas pela Rússia de abusar de civis

Quatro unidades das 'repúblicas populares' de Donbass foram denunciadas por crimes em Izium, na Ucrânia, onde uma vala com corpos já havia sido encontrada

Foto: Reprodução
Em setembro de 2022, tropas ucranianas encontraram 447 corpos em Izium

Um relatório divulgado pelo  Center for Information Resilience acusa quatro milícias militares comandadas pela Rússia de cometerem abusos de Direitos Humanos, contra civis e prisioneiros de guerra, durante a ocupação da cidade ucraniana de Izium, em abril de 2022. Uma investigação corroborou os dados apresentados no relatório. Os soldados paramilitares pertencem às regiões da República Popular de  Lugansk (RPL) e Donetsk (RPD), em Donbass,  e teriam matado a tiros duas crianças, de 12 e 13 anos. As informações são do The Guardian.

Os soldados das milícias teriam roubado “tudo”, forçando os proprietários a se ajoelharem diante das armas e, ainda, teriam removido vidros duplos das janelas, que servem para proteger contra o frio intenso da Ucrânia, segundo as informações. As forças russas tomaram Izium após um mês de conflito na região. Em setembro do mesmo ano, tropas ucranianas retomaram a cidade de Izium em uma contra-ofensiva e descobriram uma vala com 447 corpos.

A RPL e a RPD foram proclamadas nos antigos territórios de Lugansk e ​​Donetsk, na Ucrânia, após um referendo realizado durante a Revolução Ucraniana de 2014, que protestava contra o presidente eleito, Viktor Yanukovych, cujo episódio ficou conhecido como “Euromaidan”. Os territórios, porém, não foram reconhecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), mas sim pela Rússia e outros países aliados, como a Coreia do Norte e a Síria.

“Muitas das vítimas e sobreviventes de abusos de direitos humanos perpetrados durante a ocupação russa não sabem exatamente quais unidades foram responsáveis ​​pelos abusos cometidos contra eles”, aponta o relatório, que também responsabiliza combatentes ucranianos “controlados pelos russos”.