Nesta terça-feira (18), o Ministério da Defesa da Rússia confirmou ter atingido alvos militares em duas cidades portuárias ucranianas como resposta ao ataque a uma ponte na Crimeia registrado nessa segunda-feira (17).
"As forças armadas da Federação Russa realizaram um ataque de retaliação em massa durante a noite usando armas marítimas de precisão contra instalações onde atos terroristas contra a Federação Russa estavam sendo preparados usando barcos não tripulados", informou o ministério em comunicado, dizendo que os locais atingidos foram Odessa e Mykolaiv.
Segundo a nota, uma fábrica de reparos de navios perto de Odessa, onde essas embarcações estavam sendo construídas. Os barcos foram pensados para serem drones navais, o que a Rússia acredita que tenham sido usados para o ataque à ponte da Crimeia.
"Além disso, as instalações de armazenamento com cerca de 70.000 toneladas de combustível usado para abastecer o equipamento militar ucraniano foram destruídas", continuou o comunicado.
Segundo a Força Aérea ucraniana, seis mísseis de cruzeiro Kalibr e 31 dos 36 drones foram abatidos.
Conforme a Ucrânia, os destroços de ondas de choque causaram danos em casas e a uma infraestrutura portuária em Odessa. O comando militar do sul do país informou que não houve relatos de mortes, mas um homem idoso teria ficado ferido.
Nessa segunda, o Kremlin acusou a Ucrânia de um ataque a uma ponte da Crimeia, que conecta a península à Rússia, e disse ter aberto uma investigação oficial para apurar o ocorrido.
Mais tarde, o presidente russo Vladimir Putin afirmou que Moscou responderia ao ataque. Segundo autoridades russas, duas pessoas morreram e uma ficou ferida. O mandatário classificou o incidente como um "ataque terrorista", e afirmou que a ofensiva foi "sem sentido" pelo fato do local não ser mais uma rota de transporte militar do país.
“Este é um crime sem sentido do ponto de vista militar, já que a ponte da Criméia há muito não é usada para transporte militar, e brutal porque que civis inocentes foram mortos", afirmou Putin após reunião com outras autoridades russas.
"Claro, haverá uma resposta da Rússia. O Ministério da Defesa está preparando propostas relevantes”, complementou o presidente russo.
A Ucrânia assumiu a autoria do ataque por drones navais. A informação foi confirmada por Mykhailo Fedorov, ministro da Transformação Digital da Ucrânia.