Nesta sexta-feira (14), o Kremlin disse que o status do Grupo Wagner deve ser "considerado". A declaração ocorre um dia após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, dizer que a organização mercenária "simplesmente não existe".
Putin afirmou ao jornal Kommersant nessa quinta (13), quase três semanas após o grupo organizar um breve motim contra a alta cúpula militar do Kremlin, que o Wagner não tem base legal, já que não há lei no país sobre empresas militares privadas.
"Bem, o Wagner não existe!", disse Putin na ocasião. "Nós não temos uma lei para organizações privadas paramilitares! Ele simplesmente não existe."
Em seguida, o russo disse que "o grupo existe, mas legalmente não existe".
Hoje, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse à imprensa que a situação de empresas como a organização era "bastante complicada" e que precisava ser estudada, segundo a agência de notícias Reuters .
Ao ser perguntado se é provável que seja criada uma nova legislação relacionada ao status de companhias privadas, ele disse que a "questão será pelo menos considerada".
Relembre o caso
O Grupo Wagner ameaçou invadir a capital russa e se dirigiu a Moscou no último dia 23, até que um acordo foi anunciado no dia seguinte.
No sábado (24), Peskov confirmou que houve negociações entre as partes, mediadas pelo governo de Belarus, e um acordo foi alcançado com o grupo. Ele acrescentou que "evitar derramamento de sangue é mais importante do que perseguir alguém criminalmente".
Nenhum dos membros do Grupo Wagner que participaram da rebelião será alvo de perseguição criminal. Os mercenários que não aderiram à revolta serão integrados ao Ministério da Defesa russo.
Na ocasião, também foi acordado que Prigozhin se exilasse em Belarus, país aliado de Moscou, e deixar o front na Ucrânia e em São Petersburgo.