Fernado Sabag Montiel, autor do atentado a vice-presidente da Argentina Cristina Kirchner, disse durante audiência feitas à imprensa que agiu sozinho e que não se arrepende do crime. A declaração é a primeira desde que foi preso pela tentativa de assassinato Kirchner, no dia 1º de setembro, enquanto ela cumprimentava pessoas que faziam manifestações de apoio. Na ocasião, ele tentou disparar um revólver no rosto de Kirchner, mas a arma falhou.
Segundo Montiel, o nervosismo fez com que a arma falhasse. "Em vez de tirar a trava, imagina o nervosismo de estar em um lugar e de puxar o ferrolho, puxei o trinco para trás e quando apertei o gatilho não saiu porque no meio de tanto tumulto, eu estava nervoso". Segundo ele, o revolver continha cinco balas.
Montiel ainda afirma que não se sente arrependido do crime, reforçando que fez isso "por causa da situação do país". Na ocasião, ele se misturou entre grupos de apoiadores de Kirchner, dias antes de ela ser condenada pelo Ministério Público por corrupção.
O autor ainda diz que a ação foi solo, na tentativa de inocentar a namorada Brenda Uliarte, que está presa pela tentativa de homicídio. "Brenda Uliarte não teve nada a ver com isso".
Um amigo do casal, Nícolas Carrizo, que também foi preso, é líder da "banda de los copitos", que são vendedores ambulantes de algodão-doce, serviço que o casal diz exercer. O caso ainda segue em investigação antes do julgamento.
O procurador do caso, Carlos Rívolo, fez a solicitação de novas análises do celular de Montiel, ao qual o conteúdo parece ter sido apagado por engano nas primeiras perícias da polícia.
Cristina Kirchner pediu à Justiça que investigue quem foi o mandante do crime, uma vez que ela acredita que Montiel foi apenas um executor do serviço que recebia ordens.