A presidente do Peru, Dina Boluarte, afirmou na noite desta quinta-feira (19) que não pedirá a renúncia do cargo apesar dos protestos contra seu governo estarem ficando cada vez maiores.
A fala ocorreu após uma grande manifestação em Lima, capital do país, pedindo a sua saída e a libertação do ex-presidente Pedro Castillo, preso após tentar dar um golpe de Estado em 7 de dezembro.
"Desminto todas as notícias falsas. Esse governo é sólido e o gabinete está mais unido do que nunca", disse em pronunciamento pontuando ainda que os responsáveis pela violência "serão punidos com todo o peso da lei" porque estão tentando "criar o caos e tomar o poder".
Até o momento, foram confirmadas 52 mortes durante os protestos - sendo uma ocorrida na quinta em Lima durante um confronto com a polícia, que deixou ainda outros 38 feridos.
Desde a prisão de Castillo, de quem Boluarte era vice-presidente, protestos começaram a ocorrer no sul do país, na mesma área de nascimento e atuação do ex-mandatário. No entanto, esses atos começaram a se espalhar pelo país e nesta quinta aconteceu o que estava sendo chamado de "tomada de Lima" - o mais pesado confronto na capital desde que tudo começou.
Já nas cidades de Arequipa, Juliaca e Cusco, manifestantes tentaram tomar os aeroportos locais com centenas de pessoas e, conforme o governo, houve danos e interrupção dos voos por questões de segurança.
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O Peru vive uma crise política antiga e extensa há cerca de duas décadas, com nenhum governo conseguindo governar de maneira pacífica. Para se ter ideia, Castillo ficou no poder por apenas 16 meses - enfrentando pedidos de impeachment, crises de corrupção e perda da base política - e Boluarte é a sexta mandatária no poder desde 2018.
Todos os ex-presidente peruanos vivos estão presos por denúncias de crimes cometidos durante seus mandatos.
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