Ministro pediu investigação dos ataques e criticou ação do governo do DF
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Ministro pediu investigação dos ataques e criticou ação do governo do DF

O ministro da Justiça, Flávio Dino, fez duras críticas aos atos de bolsonaristas na Praça dos Três Poderes em Brasília (DF) neste domingo (8). Dino classificou os atos como terrorismo e golpismo.

O ministro informou que as investigações já começaram e informou que 200 pessoas já foram presas e outros 40 ônibus apreendidos. Flávio Dino ressaltou já ter a identificação dos financiadores dos veículos e novos pedidos de prisão devem sair nos próximos dias.

Os prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidos por bolsonaristas na tarde deste domingo (8). Eles protestam contra a vitória de Lula e o uso das urnas eletrônicas.

As manifestações bolsonaristas já eram previstas pelo governo federal, no entanto, era esperado para esta segunda-feira (9) e não na dimensão em que foi. No sábado (7), caravanas de bolsonaristas chegaram à Brasília o ato.

Dino fez severas críticas ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e o culpou pela crise em Brasília deste domingo. Segundo ministro, Rocha garantiu que a polícia militar estava preparada para as manifestações bolsonaristas.

“Nós tivemos hoje, tecnicamente, uma tentativa muito grave de destruição do estado democrático de direito. Não conseguirão destruir a democracia brasileira”, disse.

“Nos dias que antecederam esses episódios, inédita no Brasil, houve uma preparação que se baseou nas responsabilidades constitucionais do governo do DF. Houve, inclusive, reuniões bilaterais em que o governo afirmou que a preparação daquilo que lhe cabe, que é a garantia da ordem pública, estava adequada”, disse.

Flávio Dino ainda citou a alteração de planejamento da quantidade de pessoas na Esplanada dos Ministérios horas antes dos protestos.

“Nós tivemos uma mudança de orientação administrativa, ontem, em que o planejamento que não comportava a entrada de pessoas na Esplanada foi alterado na última hora. Ainda sim havia por parte do governo do DF uma visão de que a situação estaria sob controle. O governador Ibaneis, com toda certeza, ao efetuar um pedido de desculpas aos chefes dos poderes da União está reconhecendo que algo deu errado neste planeamento”.

“Quero crer que o senhor governador vai apurar as responsabilidades em relação à aqueles que não cumpriram os deveres constitucionais”, concluiu.

A fala do ministro foi considerado uma indireta ao ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres. Segundo fontes do governo, Torres está nos Estados Unidos e foi exonerado por Ibaneis Rocha neste domingo.

Participação da Força Nacional

O ministro da Justiça minimizou a participação da Força Nacional para evitar as invasões aos prédios da Praça dos Três Poderes. No sábado, Flávio Dino autorizou o uso maior do efetivo para aumentar a segurança de Brasília.

Dino explicou que a Força Nacional serve apenas para aumentar o efetivo policial, mas admitiu que o grupo não foi suficiente para segurar o avanço dos bolsonaristas. O ministro ressaltou que haverá uma investigação minuciosa das omissões das forças policiais.

“A Força Nacional é um complemento à ação de polícia local. Esse complemento foi feito, mas, infelizmente, por conta dessa alteração de planejamento e outras omissões que serão apuradas, esse complemento se revelou obviamente insuficiente diante da gravidade do que ocorreu”, disse.

Ao ser questionado sobre a segurança das Forças Armadas no Palácio do Planalto, Dino diz não ter visto o contingente atuando para evitar as invasões. Ele pediu ainda pediu a apuração do Ministério da Defesa sobre a acusação.

“Eu quero crer que o ministro Múcio e o general Gonçalves Dias estejam avaliando essa circunstância. Existe um contingente dedicado a proteção do palácio e os fatos mostram que esse contingente não atuou. É realmente objeto de apuração que não se dá no Ministério da Justiça, mas no GSI e na Defesa”, afirmou.

Intervenção Federal

Após os ataques aos prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF, o presidente Lula determinou a intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal. O petista nomeou o secretário do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli.

O ministro Flávio Dino admitiu que solicitou à Lula a medida e ressaltou a importância do aumento da segurança em Brasília. Dino ainda pediu ajuda aos governadores de Goiás e Alagoas para empréstimo de agentes de segurança.

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