Voluntária brincando com crianças refugiadas da Ucrânia
Reprodução/Ansa - 12.04.2022
Voluntária brincando com crianças refugiadas da Ucrânia

A Organização das Nações Unidas ( ONU ) divulgou, neste domingo (16), um estudo que aponta a guerra na Ucrânia e a consequente  inflação global como fatores que jogaram mais de quatro milhões de crianças da Europa e da Ásia Central na pobreza em um ano.

Segundo o estudo, que foi realizado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância ( Unicef ), os níveis de pobreza infantil nas regiões mais afetadas pela guerra tiveram um aumento de 19% em relação aos números de 2021. Dentre os 22 que participaram da pesquisa, os países protagonistas do conflito - Rússia e Ucrânia - foram os mais impactados.

A pesquisa do Unicef revelou também que as crianças correspondem a quase 40% das 10,4 milhões de pessoas que passaram a ser consideradas pobres no ano passado - um número desproporcional, uma vez que as crianças integram apenas 25% da população.

O estudo alertou para outras questões preocupantes: cerca de 117 mil crianças deixaram os estudos no último ano, com muitas delas forçadas a trabalhar para ajudar no orçamento das famílias. A mortalidade infantil também disparou.

As crianças russas foram as mais afetadas: 2,8 milhões passaram a viver abaixo da linha da pobreza, vítimas da deterioração das condições econômicas, em boa parte associadas à guerra na Ucrânia, como as sanções ocidentais. Já a Ucrânia, que enfrenta a devastação da invasão promovida por Vladimir Putin, viu meio milhão de crianças passarem a viver em situação de pobreza em um ano.

“Além dos óbvios horrores da guerra — o assassinato e a mutilação de crianças, e o deslocamento em massa —, as consequências econômicas da guerra na Ucrânia estão causando um impacto devastador sobre as crianças no Leste Europeu e Ásia Central”, afirmou a diretora regional do Unicef, Afsan Khan.

“Crianças de toda a região estão sendo varridas pelos terríveis impactos da guerra. Se não apoiarmos essas crianças e famílias, o crescimento da pobreza certamente vai resultar em vidas perdidas, aprendizado perdido e perdas futuras.”

De acordo com o Unicef, quanto mais pobre é a família, uma maior parte do orçamento vai para bens essenciais, e a alta dos preços de itens como alimentos e combustíveis deixa menos dinheiro disponível para gastos com educação e saúde. Neste cenário, as crianças sofrem o maior impacto, e ficam sujeitas ainda à violência, exploração e abusos de todos os tipos.

O Unicef criticou ainda planos de cortes de gastos adotados por governos, e defendeu uma série de medidas por parte das autoridades, como programas de renda mínima para famílias vulneráveis, expansão de benefícios sociais para famílias com crianças, ampliar serviços de saúde e introduzir ferramentas para controlar os preços de alimentos.

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