Nesta sexta-feira, após os bombardeios maciços de cidades da Ucrânia desde o início da guerra , o presidente russo, Vladimir Putin , afirmou que não prevê "imediatamente" novos ataques "maciços" na Ucrânia e que seu objetivo não é destruir o país .
"Hoje, há outros objetivos. Por enquanto. Veremos mais tarde", declarou o presidente russo em entrevista coletiva após uma cúpula regional em Astana, no Cazaquistão. "Não temos como objetivo destruir a Ucrânia."
Na segunda-feira (10), Putin ordenou uma retaliação à explosão que derrubou, dias antes, um trecho da ponte estratégica que liga a Península da Crimeia ao território continental da Rússia. Os ataques de aviação, chamados de "bombardeios maciços" pelo mandatário russo, foram os mais amplos desde os dias iniciais do conflito, em fevereiro.
Ainda na entrevista desta sexta, Putin disse que não pretende expandir a chamada "mobilização parcial" de reservistas para além dos 300 mil anunciados no mês passado - que será concluída em poucas semanas, com 222 mil reservistas já mobilizados. Até agora, cerca de 16 mil já estão lutando na Ucrânia.
" Não há necessidade de mais esforços desse tipo no futuro previsível" , disse. "Não é agradável o que está acontecendo agora, mas [se a Rússia não tivesse iniciado sua ofensiva na Ucrânia], estaríamos na mesma situação um pouco mais tarde, apenas as condições teriam sido piores para nós. Então, estamos fazendo tudo certo."
A ordem repentina de Putin de convocar centenas de milhares de reservistas para lutar na guerra em setembro desencadeou a fuga de mais de 300 mil habitantes do país.
A chamada "mobilização parcial" das tropas foi uma resposta à bem sucedida contraofensiva de Kiev, iniciada em agosto, com o apoio de armas enviadas pelo Ocidente e uma estratégia de ações localizadas.
Nesta sexta, no entanto, forças apoiadas pela Rússia fizeram alguns avanços no Leste da Ucrânia, mesmo com o enfraquecimento do domínio de Moscou no Sul.
Na quinta-feira (13), o governo russo anunciou que vai auxiliar na saída de moradores de áreas sob o domínio russo na região de Kherson, oficialmente anexada por Moscou, mas atualmente sendo atacada pela Ucrânia, que tenta retomar parte dos territórios ocupados. A previsão é de que os primeiros civis cheguem à região de Rostov, na Rússia, que faz fronteira com o Leste da Ucrânia no fim do dia.
Em seu discurso nesta sexta, Putin afirmou que está "aberto" a negociações com a Ucrânia e à mediação de países como Turquia e Emirados Árabes Unidos. Além disso, o mandatário criticou as autoridades ucranianas por se recusarem a conversar com ele. Sobre os EUA, disse ainda que não vê "necessidade" de falar com o presidente Joe Biden, mesmo no âmbito da cúpula do G20.
"Não vejo necessidade, atualmente não há nenhuma plataforma de negociações", disse Putin, que não decidiu ainda se comparecerá ao encontro previsto em novembro na Indonésia.
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