Os debates da 77ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) com líderes mundiais começam nesta terça-feira (20), em Nova York, nos Estados Unidos . Neste ano, os chefes de Estado terão como desafio, além de outras questões, discutir a guerra na Ucrânia, que já está prestes a completar seis meses de duração .
Esta também será a primeira edição completamente presencial desde a eclosão da pandemia de Covid-19 , em 2020. À época, os líderes discursaram remotamente. Em 2021, foi adotado um formato híbrido.
Os últimos dois anos foram desafiadores para os chefes de Estado, que tiveram que focar nas consequências da Covid-19, que já matou mais de 6 milhões de pessoas no mundo. Além disso, a emergência climática é uma das questões que sempre está presente nas discussões. Sem que esses dois pontos tenham sido resolvidos, a eclosão dos conflitos na Europa também deve ser alvo de debates na assembleia .
Apesar de o assunto estar na lista de prioridades para debate, não há qualquer expectativa de que o encontro promova um acordo de paz. "Sinto que ainda estamos muito longe da paz. Acredito que a paz é essencial, paz de acordo com a Carta das Nações Unidas e com o direito internacional, mas estaria mentindo se dissesse que isso pode acontecer em breve", afirmou o secretário-geral da ONU , António Guterres.
O objetivo de promover a discussão é expandir o acordo que permite o comércio de grãos da Ucrânia e aumentar as exportações de fertilizantes da Rússia, devido à crise de escassez de alimentos que se agrava cada vez mais.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin , não vai comparecer ao evento. Em seu lugar, o russo vai mandar o chanceler Serguei Lavrov, alvo de sanções da Casa Branca. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky , por outro lado, deve enviar um vídeo gravado previamente que será exibido na cerimônia. Embora a participação remota não seja prevista neste ano, uma exceção a Zelensky foi aprovada após votação na Assembleia-Geral, com 101 votos a favor e 7 contra, incluindo o da Rússia .
O presidente Jair Bolsonaro (PL) viaja para abrir a cerimônia nesta terça e tem reuniões confirmadas com os presidentes do Equador, Guillermo Lasso; da Guatemala, Alejandro Giammattei; da Polônia, Andrzej Duda; e da Sérvia, Aleksandar Vucic, todos eles representantes da direita global. Ele também deve se reunir com António Guterres.
Morte da rainha
A assembleia deste ano foi afetada pela morte da rainha Elizabeth II , já que fez com que autoridades viajassem ao Reino Unido para participar do funeral , que acontece nesta segunda-feira (19). O presidente dos EUA, Joe Biden, por exemplo, precisou adiar o pronunciamento de terça para quarta devido ao ocorrido.
O encontro também será palco para a estreia de uma série de novos líderes que chamam atenção em um cenário internacional, como o novo presidente do Chile, Gabriel Boric, e o novo presidente das Filipinas, Ferdinand Bongbong Marcos Jr., filho do ditador Ferdinand Marcos.
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