Um alto representante do governo da Ucrânia descartou neste domingo (18) a hipótese de reabrir as negociações com a Rússia ou de promover um encontro entre os presidentes Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin.
"Em primeiro lugar, a Federação Russa ainda acredita ter recursos suficientes para obter alguns resultados", disse o conselheiro de Zelensky, Mikhailo Podolyak, citado pelo site Ukrainska Pravda.
"Em segundo lugar, qualquer encontro hoje seria uma brincadeira da história tradicional russa: fixar o status quo, bailar falsas danças e iniciar uma nova fase de escalada", acrescentou.
Segundo Podolyak, a Rússia deve responder por "crimes de guerra em larga escala". "Para tanto, a guerra deve chegar ao único final possível, não tem outra maneira", disse o conselheiro, referindo-se a uma vitória ucraniana no conflito.
No entanto, o assessor declarou que um eventual encontro entre Zelensky e Putin seria possível se fosse precedido pela completa retirada das tropas russas.
Armada pela Ocidente, a Ucrânia iniciou nas últimas semanas uma contraofensiva para retomar territórios conquistados por Moscou, especialmente na província de Kharkiv, no nordeste do país.
Após recuperar alguns municípios, as forças ucranianas denunciaram a existência de indícios de tortura contra a população civil por parte dos ocupantes.
Também neste domingo, o chefe da administração regional de Kharkiv, Oleg Sinegubov, disse que quatro médicos morreram durante um bombardeio russo contra um hospital psiquiátrico no vilarejo de Strelecha.
Já Moscou denunciou um ataque ucraniano contra a colônia de Olenivska, onde as tropas russas mantêm prisioneiros de guerra. Em 29 de julho, uma explosão já havia destruído um edifício no mesmo local.
Na ocasião, o prédio abrigava ucranianos detidos no fim do cerco à siderúrgica Azovstal, em Mariupol. Segundo a Rússia, mais de 50 pessoas morreram no bombardeio de julho, mas os dois países trocam acusações sobre a autoria do ataque.
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