A cerimônia, em homenagem a Mahsa Amini, de 22 anos, também acabou com manifestantes presos e feridos.
Reprodução/Twitter @Shayan86 17.09.2022
A cerimônia, em homenagem a Mahsa Amini, de 22 anos, também acabou com manifestantes presos e feridos.

No Irã, mulheres retiraram seus véus em protesto contra o uso obrigatório de hijabs durante um funeral neste sábado. A cerimônia, em homenagem a Mahsa Amini, de 22 anos, também acabou com manifestantes presos e feridos, segundo a BBC.

A jovem foi presa na terça-feira pela polícia de moralidade por supostamente não cumprir o rigoroso código de vestimenta sobre coberturas de cabeça. De acordo com testemunhas, ela foi espancada enquanto estava dentro de uma van da polícia e entrou em coma mais tarde. A polícia iraniana negou as acusações, dizendo que ela "sofreu uma súbita insuficiência cardíaca".


Durante os protestos, que começaram quando Amini ainda estava no hospital, enlutados gritavam "morte ao ditador". Vídeos mostram a polícia atirando em uma multidão logo depois. O funeral aconteceu na cidade natal da jovem, Saqqez, na província ocidental do Curdistão.

De acordo com vídeos publicados nas redes sociais, os moradores se reuniram muito cedo pela manhã para evitar que as forças de segurança iranianas corressem pelo enterro em segredo para evitar protestos.

Relatos sugerem que alguns manifestantes furiosos marcharam em direção ao gabinete do governador local para protestar contra a morte. De acordo com vídeos checados pela BBC, as forças de segurança abriram fogo contra os manifestantes.

Ainda segundo a agência britânica, Ebrahim Raisi, presidente linha-dura do Irã, pediu ao Ministério do Interior para iniciar uma investigação sobre a morte. O Hospital Kasra, no norte de Teerã, disse em comunicado que Amini foi internada em 13 de setembro "sem sinais vitais".

A declaração foi posteriormente removida da rede social do hospital depois que contas de mídia social de linha dura acusaram a equipe do hospital de ser "agentes anti-regime". A TV iraniana também transmitiu imagens de Amini sob prisão. Ativistas de direitos humanos acusaram a TV estatal de censurar as imagens para criar uma história falsa.

De acordo com a Netblocks, uma organização de vigilância que monitora a segurança cibernética e a governança da Internet, a conexão com a Internet foi interrompida em vários locais no Irã desde que as notícias da morte de Amini foram divulgadas, inclusive na capital, Teerã e Saqqez. Muitos usuários disseram que não podiam fazer upload de vídeos no Instagram ou enviar conteúdo pelo WhatsApp.

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