A vice-presidente da Argentina Cristina Kirchner, que sofreu uma tentativa de atentado com arma de fogo por um brasileiro na quinta-feira (1º), nasceu em 19 de fevereiro de 1953, em Buenos Aires, capital do país. Ela e o marido, Néstor Kirchner, deram origem ao termo "kirchnerismo", movimento político argentino baseado em ideias populistas de centro-esquerda. Antes de ser vice-presidente, Cristina foi a chefe de Estado do país, entre 2007 e 2015. Ele, por sua vez, presidiu o país entre 2003 e 2010.
Cristina começou sua militância política na Juventude Universitária Peronista, da Universidade Nacional de La Plata, em Buenos Aires, onde se formou em Direito. Foi na universidade que ela conheceu Néstor, com quem casou em 1975. Juntos, eles tiveram dois filhos, Máximo e Florência.
Os dois moraram juntos na província de Santa Cruz até 1976, ano de início da ditadura militar, que durou até 1983. Durante o período, o casal foi perseguido por suas ideias políticas.
Em 1989, Cristina, que até então atuava como advogada, entrou para a política e foi eleita deputada da província de Santa Cruz. Ela foi reeleita ao cargo em 1993. Em 1995, foi eleita ao Senado, voltou a Câmara em 1997 e se elegeu ao Senado mais uma vez em 2001. Durante todo esse período, ficou conhecida pela defesa dos direitos humanos e de políticas de diminuição das desigualdades.
Em 2005, enquanto o marido exercia a presidência da Argentina, Cristina decidiu voltar ao Senado. Néstor abriu mão de tentar a reeleição, em 2007, e abriu espaço para que a esposa concorresse ao cargo. Ela foi eleita e tomou posse naquele mesmo ano, em dezembro.
O governo de Cristina Kirchner foi marcado por um forte crescimento econômico, pelo aumento dos gastos públicos e pela introdução de mecanismos de distribuição de renda. Durante o período em que presidiu a Argentina, o país estreitou seus laços com o Mercosul e com o Brasil, à época governado pelo ex-presidente Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff. Apesar dos avanços, o governo de Cristina também foi marcado por suspeitas de corrupção, acusações de tentar restringir a liberdade de imprensa e de obstrução de investigações.
Em dezembro de 2011, Cristina foi diagnosticada com câncer na tireóide e precisou se submeter a uma cirurgia para remover o tumor. Após a cirurgia, no entanto, o porta-voz da então presidente, Alfredo Scoccimarro, informou que exames posteriores detectaram que o órgão não continha células cancerígenas. A notícia foi dada diantre das câmeras de televisão de todo o país e provocou gritos de comemoração e aplausos de seus seguidores, concentrados na entrada do hospital Austral, na cidade de Pilar, onde Cristina foi operada.
Ao fim de seu segundo mandato, em 2015, Cristina lançou Daniel Scioli como seu sucessor, mas ele foi derrotado por Mauricio Macri. Dois anos depois, foi eleita ao Senado mais uma vez, com o objetivo de oposição a Macri.
Em 2019, então, Cristina formou uma chapa com Alberto Fernández, atual presidente da Argentina, eleito no primeiro turno, com 48,02% dos votos. Na Argentina, diferentemente do Brasil, onde o candidato vencedor precisa obter 50% dos votos mais um, um presidenciável tem a vitória declarada se obtiver mais do que 45% dos votos válidos.
Entre no canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o perfil geral do Portal iG .