Em meio a temores crescentes de que os combates ao redor da usina nuclear de Zaporizhzhia possa provocar uma catástrofe nuclear, a companha estatal de energia da Ucrânia, Energoatom, alertou neste sábado (27) para o risco de vazamento de substâncias radioativas na região.

"Como resultado de bombardeios recorrentes, a infraestrutura da usina foi danificada, há riscos de vazamento de hidrogênio e pulverização de substâncias radioativas, e o risco de incêndios é alto em Zaporizhzhia", diz a empresa em nota no Telegram.

A Energoatom enfatiza que "a Ucrânia pede à comunidade mundial que tome medidas imediatas para obrigar a Rússia a sair de 'Zaporizhzia' e transferir a usina para seu controle em prol da segurança de todo o mundo".

Além disso, destaca que, a partir do meio-dia deste sábado, Zaporizhzhia está operando sob o risco de violar as normas de segurança contra radiação e incêndio.

"Os russos, na preparação da chegada da missão da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), aumentaram a pressão sobre o pessoal da central nuclear para impedir que divulguem provas sobre os crimes dos ocupantes da central e a sua utilização como base militar".

De acordo com a Energoatom, nas últimas 24 horas, as tropas russas voltaram a bombardear o território próximo da usina nuclear de Zaporizhzhia, e os danos estão sendo investigados.

O governo de Vladimir Putin, porém, nega as declarações da estatal de energia da Ucrânia e ressalta que "os níveis de radiação ao redor da usina nuclear de Zaporizhzhia permanecem normais", apesar do pesado bombardeio das forças ucranianas.

A informação foi divulgada pelo porta-voz do Ministério da Defesa russo, o tenente-general Igor Konashenkov, segundo agências russas.
Moscou afirma ainda que os militares ucranianos bombardearam a região três vezes nas últimas 24 horas e que quatro tiros de artilharia atingiram o telhado da instalação de armazenamento de combustível.

A situação da maior central nuclear da Europa é muito preocupante por conta dos constantes ataques que ocorrem tanto contra a estrutura como na área próxima à usina. Russos e ucranianos trocam acusações sobre a autoria dessas ações militares e elevam a tensão sobre o risco de um desastre nuclear. (ANSA)

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